Cegueira em pacientes após mutirão de catarata em Taquaritinga gera investigação urgente

Pacientes que passaram por um mutirão de cirurgia de catarata no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) de Taquaritinga, São Paulo, enfrentam a perda parcial ou total da visão. Realizadas em 21 de outubro de 2024, as cirurgias afetaram doze dos 24 idosos atendidos. Após o procedimento, muitos relataram complicações, sendo encaminhados para hospitais em Araraquara e Ribeirão Preto, onde foram informados que a situação poderia ser irreversível.

Os relatos de pacientes como Carlos Augusto Rinaldi, de 66 anos, e Maria de Fátima Garcia Chiari, de 63, revelam um quadro alarmante. Maria, que quase perdeu o globo ocular, passou por um transplante de córnea após complicações pós-operatórias. Ambos criticam a falta de acompanhamento e assistência por parte das instituições envolvidas, afirmando que as medidas necessárias só foram tomadas após insistência dos próprios pacientes.

A Secretaria de Saúde de Taquaritinga confirmou que foram identificadas inadequações na Sala de Materiais para Esterilização do AME, levando à interdição do local. A secretária executiva da Saúde do Estado de São Paulo, Priscilla Perdicaris, classificou o caso como um "fato isolado gravíssimo" e anunciou uma investigação para apurar as causas do incidente. Todos os profissionais envolvidos foram afastados, e os pacientes estão recebendo suporte médico.

A cirurgia de catarata, geralmente segura, pode apresentar complicações, como infecções oculares severas, especialmente se realizada em condições inadequadas. Especialistas alertam que um diagnóstico precoce é crucial para evitar danos permanentes. A situação em Taquaritinga levanta preocupações sobre a qualidade dos serviços prestados e a segurança dos procedimentos cirúrgicos realizados na região.