SUS incorpora vacina e anticorpo para proteger bebês contra o vírus sincicial respiratório

O vírus sincicial respiratório (VSR) é a principal causa de internação em crianças no mundo, responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em menores de dois anos, conforme dados do Ministério da Saúde. O VSR é altamente contagioso e sua circulação é mais intensa no outono e inverno. O infectologista Alfredo Gilio destaca que o vírus gera uma demanda significativa por serviços de saúde, especialmente em crianças pequenas. Recentemente, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a incorporação de duas novas tecnologias: o anticorpo monoclonal nirsevimabe e uma vacina para gestantes.

A vacina Abrysvo, da Pfizer, será aplicada em gestantes entre a 24ª e a 36ª semana de gestação, proporcionando proteção ao recém-nascido. Estudos indicam que essa vacina pode evitar cerca de 28 mil internações anuais e proteger aproximadamente 2 milhões de bebês nos primeiros meses de vida. O nirsevimabe, aprovado pela Anvisa em 2023, é indicado para bebês prematuros e crianças com comorbidades, oferecendo proteção passiva com duração de cinco a seis meses.

O VSR é transmitido por secreções respiratórias e pode causar desde sintomas leves até complicações graves, como bronquiolite, que resulta em dificuldades respiratórias. O diagnóstico é clínico, mas a confirmação requer exames laboratoriais. Não há tratamento específico, e em casos graves, a hospitalização é necessária. A maioria dos pacientes se recupera em cerca de sete dias, mas algumas crianças podem desenvolver problemas respiratórios crônicos.

Além de bebês, os idosos também estão em risco de complicações por VSR. Para esse grupo, as vacinas Abrysvo e Arexvy estão disponíveis na rede privada, recomendadas para pessoas a partir de 60 anos com comorbidades. Ambas as vacinas são aplicadas em dose única e ajudam a prevenir infecções graves, contribuindo para a proteção da saúde pública.