03 de mar 2025
Morre James Harrison, o australiano que salvou mais de 2 milhões de bebês com seu sangue raro
James Harrison, "o homem do braço de ouro", faleceu aos 88 anos em fevereiro. Seu sangue raro, com anticorpo Anti D, salvou mais de 2,4 milhões de bebês. Harrison doou sangue mais de mil vezes, ajudando a desenvolver o tratamento 'James in a Jar'. Ele enfrentou desafios de saúde, mas se tornou doador após receber transfusões aos 14 anos. A pesquisa busca replicar seu anticorpo para ajudar gestantes globalmente.
Foto:Reprodução
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James Harrison, conhecido como "o homem do braço de ouro", faleceu aos 88 anos em 17 de fevereiro, enquanto dormia em uma casa de repouso em Nova Gales do Sul, Austrália. A família anunciou a morte nesta segunda-feira, 3 de março. Harrison foi um doador excepcional, realizando mais de mil doações de sangue ao longo de 64 anos, salvando a vida de mais de 2,4 milhões de bebês com seu sangue raro, rico em um anticorpo chamado Anti-D.
O anticorpo Anti-D é crucial no tratamento de mulheres grávidas que enfrentam a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (HDFN), uma condição em que o sangue da mãe ataca o do bebê devido à incompatibilidade sanguínea. Antes da introdução do Anti-D nos anos 60, cerca de um em cada dois bebês diagnosticados com HDFN morria. Harrison começou a doar sangue em 1954, após receber transfusões durante uma cirurgia, e continuou a doar regularmente até os 81 anos, quando a idade limite para doação na Austrália foi alcançada.
Harrison, que possuía um tipo sanguíneo extremamente raro conhecido como Rh nulo, foi reconhecido por sua generosidade e impacto na saúde pública. Em 1999, recebeu a Medalha da Ordem da Austrália e, de 2005 a 2022, deteve o recorde mundial de maior número de plasma sanguíneo doado. Sua filha, Tracey Mellowship, destacou que ele se orgulhava de ter salvado vidas sem custo ou dor, e que sua generosidade inspirou muitos.
Pesquisadores agora buscam utilizar amostras do sangue de Harrison para desenvolver um Anti-D em laboratório, conhecido como "James in a Jar", que poderá beneficiar mulheres grávidas em todo o mundo. A escassez de doadores com a capacidade de produzir anticorpos em quantidade suficiente torna essa pesquisa ainda mais relevante, com a expectativa de que novas terapias possam ser criadas a partir de suas doações.
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