Injeção anual de lenacapavir promete proteção total contra infecções por HIV

Um estudo recente destacou o lenacapavir como uma inovação significativa na prevenção do HIV, apresentando resultados promissores em ensaios clínicos. O medicamento demonstrou eficácia de 100% na prevenção de infecções em mulheres e meninas durante um teste, sendo considerado um dos mais bem-sucedidos na área. Além de ser seguro, o lenacapavir requer apenas duas injeções anuais para garantir proteção total. Recentemente, resultados de um pequeno ensaio de fase I em São Francisco mostraram que os voluntários mantiveram níveis adequados do medicamento em seu plasma sanguíneo por um ano após a injeção.

Os ensaios anteriores, que envolveram mais de 8 mil participantes, mostraram que as injeções bissextais reduziram a incidência de HIV em até 96% em homens e indivíduos de gênero diverso. O novo estudo testou uma formulação diferente do lenacapavir em 40 voluntários saudáveis, com resultados que indicam que a nova injeção anual pode ser tão eficaz quanto a bissexual. Especialistas, como Renu Singh da Gilead Sciences, expressaram otimismo sobre a possibilidade de que essa abordagem torne o tratamento mais acessível e menos estigmatizado.

Embora o lenacapavir já tenha sido aprovado para tratar infecções por HIV, sua aprovação para prevenção ainda está em andamento. A Gilead está planejando um ensaio de fase III para testar a eficácia das injeções anuais em um grupo maior de pessoas em risco. A empresa já submeteu o medicamento para aprovação pela FDA e pela Agência Europeia de Medicamentos, com expectativa de aprovação até junho. Além disso, acordos de licenciamento com fabricantes de medicamentos genéricos visam garantir acesso a versões mais baratas em países de baixa e média renda.

Entretanto, a situação política atual nos EUA, especialmente com a pausa em ajuda externa, levanta preocupações sobre o acesso a tratamentos essenciais. Em 2023, cerca de 630 mil pessoas morreram devido a causas relacionadas ao HIV, e 1,3 milhão de novas infecções foram registradas. Especialistas alertam que a interrupção do apoio pode comprometer os avanços na luta contra a epidemia, que já causou mais de 40 milhões de mortes. A urgência em disponibilizar o lenacapavir para aqueles que mais precisam é crucial para continuar o progresso na erradicação do HIV.