Gripe aviária: Brasil avança na criação de vacina própria para evitar pandemia

A gripe aviária continua a ser uma preocupação global, especialmente com o aumento de surtos e infecções humanas. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, destaca a necessidade de vacinas mais eficazes para prevenir uma possível pandemia. Uma vacina universal contra todos os tipos de influenza, desenvolvida com tecnologia de RNA mensageiro, já mostrou resultados promissores em testes com animais.

O Brasil está em fase de desenvolvimento de uma vacina própria contra a gripe aviária, formulada pelo Instituto Butantan, que já obteve resultados positivos em testes com animais. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Butantan estão recrutando voluntários para testes em humanos, aguardando autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mônica enfatiza a importância de o Brasil ter sua própria vacina, evitando depender de empresas estrangeiras.

Desde 2003, foram registrados 969 casos de infecções humanas pelo vírus H5N1, com uma letalidade superior a cinquenta por cento. No entanto, a taxa de mortalidade tem diminuído nos últimos anos. Em 2023, dos setenta e dois casos nas Américas, apenas dois resultaram em óbito. A contaminação ocorre principalmente pelo contato com aves infectadas, e o número de surtos em aves e mamíferos tem aumentado.

No Brasil, o primeiro caso de gripe aviária foi confirmado em maio de 2023, com um total de 166 focos da doença até o momento. Em resposta ao cenário, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou o estado de emergência zoossanitária por mais cento e oitenta dias. A situação exige vigilância contínua, dado o potencial do vírus para mutações que podem facilitar a transmissão entre humanos.