Cobertura vacinal contra gripe é apenas 32% e casos aumentam em todo o país

A temporada de gripe no Brasil começou mais cedo este ano, com um aumento alarmante de casos de influenza A. O boletim Infogripe da Fiocruz revelou que as hospitalizações por gripe cresceram significativamente, afetando principalmente jovens e adultos. A cobertura vacinal entre os grupos prioritários, como crianças, idosos e gestantes, está em apenas 31,88%, muito abaixo da meta de 90%.

Entre março e abril, o Amazonas registrou um aumento de 373% nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza. Santa Catarina e São Paulo também apresentaram altas expressivas, com 335% e 311%, respectivamente. O Rio de Janeiro viu um aumento de 270% nas hospitalizações por gripe no mesmo período. Esses dados indicam uma disseminação rápida do vírus em várias regiões do país.

Baixa Cobertura Vacinal

A baixa adesão à vacinação é um fator crítico. O infectologista Alexandre Naime Barbosa destacou que a desinformação e a sensação de que a gripe é uma doença leve contribuem para essa situação. "Esses grupos são os mais vulneráveis e paradoxalmente os que menos se vacinam", afirmou Barbosa. A vacinação é essencial para proteger a população e reduzir a disseminação do vírus.

A vacina contra a gripe é feita com vírus inativado e não causa a doença. Reações leves podem ocorrer, mas são passageiras. A eficácia da vacina varia, mas é crucial para prevenir formas graves da doença, especialmente entre os grupos de risco.

Aumento da Demanda por Atendimento

Com o aumento dos casos, os hospitais estão enfrentando uma sobrecarga. O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, relataram um aumento significativo nas internações por causas respiratórias. A procura por testes rápidos também cresceu, mas houve instabilidade na disponibilidade devido à alta demanda.

A vacinação contra a gripe, que tradicionalmente ocorre entre abril e julho, foi ampliada em alguns estados para toda a população acima de seis meses. Essa estratégia visa aumentar a proteção em meio ao crescimento dos casos. O Ministério da Saúde distribuiu milhões de doses, mas a adesão continua baixa, exigindo campanhas educativas mais eficazes para combater a desinformação e incentivar a vacinação.