Casos de sarampo nos EUA alcançam maior nível em 25 anos de erradicação

Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) revelam que os casos de sarampo nos Estados Unidos atingiram um recorde em 2023, com 1.288 infecções registradas, a maior quantidade desde a erradicação da doença em 2000. O surto, que começou no Texas, se espalhou para 38 estados, resultando em complicações graves e mortes.

A maioria dos casos, 92%, ocorreu em pessoas não vacinadas ou com status vacinal desconhecido. O surto teve início em janeiro e rapidamente se alastrou, com o Texas sendo o epicentro. Especialistas alertam que o aumento de casos é um sinal de vulnerabilidade no sistema de saúde, podendo indicar o retorno de outras doenças controladas pela vacinação.

Consequências do Surto

Os sintomas do sarampo podem levar a complicações sérias, como pneumonia e encefalite, além de causar danos permanentes, incluindo cegueira e deficiência intelectual. Em janeiro, duas crianças não vacinadas e um adulto faleceram devido à doença. A situação é alarmante, pois a queda nas taxas de vacinação durante a pandemia de Covid-19 comprometeu a imunidade coletiva, que deve ser de 95% para prevenir surtos.

A vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola caiu para 93% entre crianças em idade escolar, com taxas ainda mais baixas em algumas regiões. Especialistas, como Adam Ratner, destacam que a volta do sarampo é um reflexo de um discurso polarizado sobre vacinas, que se tornou um tema político.

Desafios e Respostas

O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., tem gerado controvérsia com suas declarações sobre vacinas, promovendo uma visão cética que preocupa especialistas. Recentemente, ele demitiu membros do comitê consultivo de vacinas do CDC, substituindo-os por indivíduos com posturas antivacinas.

A resistência à vacinação é alimentada por influenciadores e grupos antivacinas, que disseminam informações errôneas. A Organização Panamericana de Saúde relatou um aumento significativo de casos de sarampo na América, com 7.132 infecções e 13 mortes em todo o continente. A situação exige uma resposta urgente para evitar que outras doenças voltem a ameaçar a saúde pública.