Alphabet enfrenta riscos ao adquirir Wiz por US$ 32 bilhões em meio a incertezas financeiras e antitruste

A Alphabet, empresa controladora do Google, está em negociações para adquirir a Wiz, uma startup de cibersegurança, por US$ 32 bilhões. A transação, que representa um aumento de 40% em relação à proposta inicial de US$ 23 bilhões feita em julho de 2024, reflete o forte interesse da Alphabet em expandir sua presença no setor de computação em nuvem. A Wiz, que se destaca por seu software que identifica vulnerabilidades em dados na nuvem, é vista como um ativo estratégico para competir com gigantes como Microsoft e Amazon.

Embora a Alphabet tenha a capacidade financeira para realizar essa aquisição, os investidores estão cautelosos quanto à disciplina financeira da empresa. A Wiz, que pode ainda estar operando com prejuízo, possui uma base de clientes corporativos que pode aumentar sua receita de US$ 500 milhões para US$ 1 bilhão com o suporte da Alphabet, segundo analistas da Wedbush Securities. No entanto, a volatilidade do mercado de ações e a recente queda do Nasdaq podem complicar a situação.

Além disso, o ambiente regulatório também levanta preocupações. A aquisição pode enfrentar desafios antitruste, embora a expectativa seja de que a administração de Donald Trump facilite a aprovação de negócios desse tipo. A Alphabet deve demonstrar que a compra da Wiz não prejudicará a inovação no setor de segurança em nuvem e convencer os acionistas de que essa aquisição é mais vantajosa do que não realizar nenhum acordo.

O valor de mercado da Alphabet caiu cerca de US$ 60 bilhões, situando-se abaixo de US$ 2 trilhões, refletindo a incerteza no mercado. A empresa precisa justificar o alto custo da aquisição e os riscos associados, como um possível processo antitruste, que pode ser mitigado por um break-fee de US$ 3,2 bilhões. A diretoria da Alphabet tem a tarefa de assegurar que a compra da Wiz trará benefícios a longo prazo, tanto em termos de inovação quanto de retorno financeiro.