23 de jun 2025

Polícia se adapta para combater crimes impulsionados por inteligência artificial
Criminosos burlam biometria do gov.br com inteligência artificial e movimentam R$ 50 milhões em fraudes bancárias.

Suspeito usou deepfakes para tentar invadir sistema de instituição financeira (Foto: Reprodução)
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A Polícia Federal (PF) desmantelou uma quadrilha que burlava a biometria do gov.br, utilizando ferramentas de inteligência artificial (IA) para acessar informações privadas. A operação, chamada Face Off, revelou que os criminosos atuavam em diversos estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. A vulnerabilidade do sistema se deve à checagem facial menos rigorosa, necessária para facilitar o acesso a milhões de usuários.
Com o avanço da tecnologia, os golpes também se tornaram mais sofisticados. Fábio Assolini, pesquisador da Kaspersky, destaca que antes os golpistas usavam fotos coladas em bonecos para driblar a biometria. Agora, a manipulação de imagens com IA permite burlar sistemas de reconhecimento facial com maior facilidade.
Em outra investigação, a Polícia Civil de Brasília desarticulou um esquema que utilizava deepfakes para invasões bancárias, movimentando cerca de R$ 50 milhões. Os criminosos tomaram empréstimos em nome de vítimas, principalmente servidores públicos, que têm acesso facilitado a crédito.
Ameaças em Ascensão
Além disso, uma quadrilha conhecida como Gringo 171 se especializou na venda clandestina de sistemas de ataque baseados em IA, utilizando plataformas como o Telegram. O crescimento dessas práticas criminosas está ligado ao avanço das ferramentas de IA nos últimos três anos, especialmente na criação e edição de imagens e áudios.
A calibragem da tecnologia é um desafio crucial para as organizações. É necessário encontrar um equilíbrio entre a segurança e a acessibilidade, evitando que a rigidez impeça o acesso legítimo. A sociedade enfrenta um cenário em que, se as plataformas e a polícia não acompanharem a evolução dos golpistas, as vulnerabilidades continuarão a aumentar.
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