31 de jan 2025
Venda de íris por criptomoedas gera polêmica e alerta sobre riscos em São Paulo
A Tools for Humanity, de Sam Altman, oferece pagamento em criptomoedas por escaneamento de íris. A ANPD suspendeu a coleta de íris, mas a empresa continua a oferecer compensação. O projeto World ID visa criar um banco de dados global, atraindo moradores de periferias. Especialistas alertam sobre riscos da venda de dados biométricos e consentimento viciado. A falta de transparência gera desconfiança sobre os reais objetivos da iniciativa.
Foto: Reprodução
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Relatos de pessoas vendendo seus dados da íris em troca de criptomoedas têm se tornado comuns nas redes sociais. A Tools for Humanity, empresa multinacional, lançou o serviço em São Paulo no final de 2024, como parte do projeto World ID, que visa criar um banco de dados global. A iniciativa atraiu moradores de áreas periféricas, oferecendo cerca de R$ 600 em criptomoedas. Apesar da proposta de segurança digital, a venda de dados biométricos levanta preocupações sobre riscos e privacidade.
Após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspender a coleta de íris, a Tools for Humanity continuou a oferecer compensação financeira. A empresa, idealizada por Sam Altman, cofundador da OpenAI, argumenta que a identificação global pode garantir a autenticidade humana em um mundo cada vez mais digital. Até a suspensão, o aplicativo World foi baixado por cerca de 1 milhão de pessoas, com quase 500 mil já tendo realizado a leitura da íris.
Especialistas em proteção de dados alertam para os riscos associados à comercialização de dados biométricos. O advogado Alexander Coelho destaca que o consentimento pode não ser livre, especialmente entre populações vulneráveis. Além disso, a segurança dos dados biométricos é uma preocupação, pois, ao contrário de senhas, não podem ser alterados em caso de vazamento. A ANPD enfatiza a necessidade de governança robusta para proteger os direitos dos titulares de dados.
A controvérsia em torno da Tools for Humanity também se estende a outros países, onde a empresa enfrenta resistência e investigações. A coleta de dados biométricos é vista como invasiva por muitos, e a falta de clareza sobre o uso desses dados gera desconfiança. A proposta de um sistema de Renda Básica Universal por meio da identificação biométrica levanta questões éticas, especialmente ao explorar a vulnerabilidade econômica de populações em desenvolvimento.
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