Curiosity revela descoberta orgânica inédita e promissora em Marte

A NASA anunciou que o rover Curiosity detectou as maiores moléculas orgânicas já encontradas em Marte, sugerindo que a química orgânica complexa pode ter ocorrido no passado do planeta. Os compostos identificados, como decano, undecano e dodecano, foram analisados em uma amostra de rocha de 3,7 bilhões de anos utilizando o equipamento SAM (Sample Analysis at Mars). Embora esses compostos possam ser fragmentos de ácidos graxos, eles também podem ser formados sem vida, através da interação da água com minerais em fontes hidrotermais.

A detecção dessas moléculas frágeis é um incentivo para astrobiologistas, pois indica que, se alguma vez houve biossinais em Marte, eles podem ser detectáveis, apesar da intensa radiação solar que o planeta sofreu ao longo de milhões de anos. Dr. Caroline Freissinet, autora principal do estudo, afirmou que a preservação dessas moléculas complexas aumenta a possibilidade de detectar vida antiga em Marte. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O rover Curiosity, que pousou na cratera Gale em 6 de agosto de 2012, já percorreu mais de 34 quilômetros e coletou amostras valiosas, incluindo a amostra Cumberland, que revelou que a área foi um antigo leito de lago. A equipe de pesquisa, que já havia identificado moléculas orgânicas na amostra em 2015, agora se surpreendeu com a detecção de moléculas mais longas, que podem estar relacionadas à formação de estruturas celulares primitivas.

Os próximos passos incluem o desenvolvimento de novos experimentos para analisar as amostras restantes a bordo do Curiosity. A Agência Espacial Europeia planeja lançar a missão ExoMars em 2028, que poderá investigar mais profundamente o subsolo marciano. Além disso, a missão Perseverance está coletando amostras com a intenção de trazê-las à Terra na década de 2030, o que pode fornecer respostas sobre a origem da vida em Marte.