30 de jun 2025

Satélite inativo emite sinal de rádio forte e intriga cientistas espaciais
Astrônomos alertam sobre riscos do lixo espacial após sinal de rádio do satélite Relay 2 desafiar detecções de fenômenos galácticos.

Alex Cherney/CSIRO
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Astrônomos australianos detectaram um sinal de rádio poderoso em junho de 2024, que superou temporariamente todas as outras emissões no céu. O sinal, rastreado até o satélite Relay 2, lançado em 1964, levanta novas questões sobre os riscos do lixo espacial. Inicialmente, os pesquisadores acreditavam ter encontrado um objeto desconhecido próximo à Terra. Clancy James, professor associado do Curtin Institute of Radio Astronomy, destacou a excitação inicial da equipe.
O sinal foi captado pelo telescópio de rádio ASKAP, que possui 36 antenas em Wajarri Yamaji Country. Normalmente, a equipe busca por "fast radio bursts", explosões de energia de galáxias distantes. James explicou que esses fenômenos são intensos e desafiadores para a física atual, possivelmente originados de magnetars, remanescentes de estrelas mortas com campos magnéticos poderosos.
Após análise, os cientistas perceberam que o sinal vinha de uma distância de 4.500 quilômetros, não de um objeto astronômico. O Relay 2, um satélite de comunicação experimental, tornou-se lixo espacial após sua missão em 1967. A equipe de James publicou suas descobertas na revista The Astrophysical Journal Letters, revelando que o sinal não era uma anomalia galáctica, mas um fenômeno próximo.
Possíveis Causas do Sinal
Os pesquisadores sugerem que o sinal pode ter sido causado por uma descarga eletrostática no satélite. James comparou o fenômeno a um choque elétrico ao esfregar os pés no carpete. Outra possibilidade é a colisão com um micrometeorito, que poderia gerar plasma e emitir ondas de rádio. No entanto, essa hipótese é considerada menos provável.
James alertou que esses eventos podem ser comuns e que a interferência de satélites nas observações astronômicas pode complicar a detecção de sinais galácticos. Com cerca de 22.000 satélites em órbita, a crescente quantidade de lixo espacial representa um desafio significativo para a astronomia.
Implicações para a Astronomia
A descoberta destaca a necessidade de monitorar melhor os sinais provenientes de satélites. James acredita que dispositivos mais simples e econômicos poderiam ser utilizados para detectar eventos semelhantes. A análise também sugere que satélites mais antigos, como o Relay 2, podem ser mais suscetíveis a descargas eletrostáticas devido aos materiais utilizados em sua construção.
Os especialistas James Cordes e Ralph Spencer, que não participaram do estudo, concordam que a pesquisa de James e sua equipe é sólida. Eles enfatizam a importância de distinguir entre sinais de origem astronômica e aqueles gerados por objetos artificiais. A crescente quantidade de satélites em órbita pode dificultar a identificação de fenômenos cósmicos, exigindo uma análise cuidadosa dos dados.
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