Em Alta NotíciasConflitoseconomiaFutebolrelações internacionais

Converse com o Telinha

Telinha
Oi! Posso responder perguntas apenas com base nesta matéria. O que você quer saber?

Satélite inativo emite sinal de rádio forte e intriga cientistas espaciais

Astrônomos alertam sobre riscos do lixo espacial após sinal de rádio do satélite Relay 2 desafiar detecções de fenômenos galácticos.

Telinha
Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
Alex Cherney/CSIRO
0:00 0:00
  • Astrônomos australianos detectaram um sinal de rádio poderoso em junho de 2024, rastreado até o satélite Relay 2, lançado em 1964.
  • O sinal superou outras emissões no céu e inicialmente foi confundido com um objeto desconhecido próximo à Terra.
  • O telescópio de rádio ASKAP, com 36 antenas, captou o sinal, que se revelou proveniente de uma distância de 4.500 quilômetros.
  • Pesquisadores sugerem que o sinal pode ter sido causado por uma descarga eletrostática ou impacto de micrometeoritos no satélite, que se tornou lixo espacial após 1967.
  • A descoberta destaca a necessidade de monitorar sinais de satélites, já que a crescente quantidade de lixo espacial pode dificultar a detecção de fenômenos astronômicos.

Astrônomos australianos detectaram um sinal de rádio poderoso em junho de 2024, que superou temporariamente todas as outras emissões no céu. O sinal, rastreado até o satélite Relay 2, lançado em 1964, levanta novas questões sobre os riscos do lixo espacial. Inicialmente, os pesquisadores acreditavam ter encontrado um objeto desconhecido próximo à Terra. Clancy James, professor associado do Curtin Institute of Radio Astronomy, destacou a excitação inicial da equipe.

O sinal foi captado pelo telescópio de rádio ASKAP, que possui 36 antenas em Wajarri Yamaji Country. Normalmente, a equipe busca por “fast radio bursts”, explosões de energia de galáxias distantes. James explicou que esses fenômenos são intensos e desafiadores para a física atual, possivelmente originados de magnetars, remanescentes de estrelas mortas com campos magnéticos poderosos.

Após análise, os cientistas perceberam que o sinal vinha de uma distância de 4.500 quilômetros, não de um objeto astronômico. O Relay 2, um satélite de comunicação experimental, tornou-se lixo espacial após sua missão em 1967. A equipe de James publicou suas descobertas na revista The Astrophysical Journal Letters, revelando que o sinal não era uma anomalia galáctica, mas um fenômeno próximo.

Possíveis Causas do Sinal

Os pesquisadores sugerem que o sinal pode ter sido causado por uma descarga eletrostática no satélite. James comparou o fenômeno a um choque elétrico ao esfregar os pés no carpete. Outra possibilidade é a colisão com um micrometeorito, que poderia gerar plasma e emitir ondas de rádio. No entanto, essa hipótese é considerada menos provável.

James alertou que esses eventos podem ser comuns e que a interferência de satélites nas observações astronômicas pode complicar a detecção de sinais galácticos. Com cerca de 22.000 satélites em órbita, a crescente quantidade de lixo espacial representa um desafio significativo para a astronomia.

Implicações para a Astronomia

A descoberta destaca a necessidade de monitorar melhor os sinais provenientes de satélites. James acredita que dispositivos mais simples e econômicos poderiam ser utilizados para detectar eventos semelhantes. A análise também sugere que satélites mais antigos, como o Relay 2, podem ser mais suscetíveis a descargas eletrostáticas devido aos materiais utilizados em sua construção.

Os especialistas James Cordes e Ralph Spencer, que não participaram do estudo, concordam que a pesquisa de James e sua equipe é sólida. Eles enfatizam a importância de distinguir entre sinais de origem astronômica e aqueles gerados por objetos artificiais. A crescente quantidade de satélites em órbita pode dificultar a identificação de fenômenos cósmicos, exigindo uma análise cuidadosa dos dados.

Relacionados:

Comentários 0

Entre na conversa da comunidade

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela; a responsabilidade é do autor da mensagem. Conecte-se para comentar

Veja Mais