26 de fev 2025
Glaciares moldam química oceânica e impulsionam evolução da vida complexa, afirmam cientistas
Pesquisa revela que glaciares da Era Neoproterozoica alteraram química marinha. Erosão glacial liberou nutrientes essenciais para a evolução de vida complexa. Estudo analisou sedimentos na Escócia e Irlanda, evidenciando mudanças minerais. Glaciares móveis contribuíram para transformações químicas nos oceanos antigos. Resultados oferecem insights sobre a atual crise climática e suas consequências.
Foto: Reprodução
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Mais de quinhentos milhões de anos atrás, durante um período de intenso frio conhecido como Era Neoproterozoica, glaciares movimentaram minerais terrestres, depositando-os nos oceanos e contribuindo para a evolução da vida complexa. Um estudo recente revela que, à medida que os glaciares avançavam, eles escavavam rochas da crosta terrestre e, ao derreter, liberavam uma torrente de elementos químicos que alteraram a química marinha, enriquecendo os oceanos com nutrientes essenciais. Esse fenômeno pode ter sido crucial para o surgimento de formas de vida mais complexas, como organismos marinhos com armaduras e conchas.
A pesquisa, publicada na revista Geology, sugere que a movimentação dos glaciares não apenas transportou sedimentos, mas também influenciou mudanças químicas significativas nos oceanos. O autor principal do estudo, Dr. Chris Kirkland, destacou que a análise do passado geológico da Terra pode oferecer insights valiosos sobre as mudanças climáticas atuais. Ele alertou que a velocidade do aquecimento global atual, impulsionado pela atividade humana, é muito mais rápida do que os processos naturais observados na Era Neoproterozoica, limitando a capacidade da Terra de se regular.
Os pesquisadores analisaram sedimentos na Escócia e na Irlanda do Norte, focando em zircões, minerais duráveis que servem como cronômetros geológicos. Eles descobriram que a composição mineral dos sedimentos da Era Neoproterozoica era significativamente diferente da dos sedimentos posteriores, indicando que os glaciares eram móveis e contribuíram para a erosão e transporte de minerais para os oceanos. Essa mobilidade dos glaciares sugere que a erosão glacial pode ter desempenhado um papel importante na evolução da vida complexa, embora a conexão ainda seja objeto de debate entre cientistas.
Além disso, o estudo aponta que, ao final da Era Neoproterozoica, mudanças na química dos oceanos, como o aumento do urânio, podem ter sido influenciadas tanto pela elevação dos níveis de oxigênio na atmosfera quanto pela entrega de elementos químicos pelos glaciares. Essas transformações poderiam ter fornecido os nutrientes necessários para o desenvolvimento de formas de vida mais complexas. A pesquisa destaca a importância de entender esses processos antigos para abordar os desafios climáticos contemporâneos, ressaltando a interconexão dos sistemas da Terra e a urgência de agir contra as mudanças climáticas provocadas pelo homem.
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