Tecnologia

Cientistas propõem uso de 'corpos sobressalentes' para doação de órgãos e pesquisa

MIT Technology Review explora a criação de "bodyoids", corpos humanos sem consciência, para suprir a escassez de órgãos e acelerar pesquisas, gerando intenso debate ético.

Diagramas anatômicos de três torsos sem cabeça ou membros (Foto: Stephanie Arnett / MIT Technology Review | rawpixel)

Diagramas anatômicos de três torsos sem cabeça ou membros (Foto: Stephanie Arnett / MIT Technology Review | rawpixel)

Ouvir a notícia

Cientistas propõem uso de 'corpos sobressalentes' para doação de órgãos e pesquisa - Cientistas propõem uso de 'corpos sobressalentes' para doação de órgãos e pesquisa

0:000:00

A MIT Technology Review divulgou recentemente um artigo sobre os chamados bodyoids, corpos humanos vivos que não possuem consciência ou capacidade de sentir dor. Os autores, um grupo de cientistas, defendem que os avanços em biotecnologia poderão possibilitar a criação de corpos humanos "sobressalentes" para pesquisa ou doação de órgãos. Apesar de a ideia provocar desconforto, os autores argumentam que, por serem incapazes de pensar, o uso desses corpos não violaria as normas éticas da maioria das pessoas.

A escassez de órgãos para transplante é um problema crítico, com mais de 100 mil pessoas nos Estados Unidos aguardando por um órgão e 17 morrendo diariamente enquanto esperam. Os bodyoids poderiam representar uma nova fonte de órgãos. Alternativas, como órgãos de animais geneticamente editados, estão sendo exploradas. Recentemente, David Bennett Sr. e Richard Slayman receberam corações e rins de porcos geneticamente modificados, mas ambos faleceram após dois meses. Em contraste, Towana Looney, que recebeu um rim de porco editado, relatou uma recuperação positiva.

A Renewal Bio, uma empresa israelense, está desenvolvendo "versões embrionárias de pessoas" para a produção de órgãos. Essa técnica se baseia em embriões sintéticos, que são criados a partir de células-tronco, em vez da fusão de óvulos e espermatozoides. A utilização desses embriões levanta questões éticas complexas, especialmente em relação ao tempo máximo permitido para o cultivo de embriões humanos em laboratório, que é de 14 dias.

Além de fornecer órgãos, os bodyoids poderiam acelerar pesquisas científicas e médicas. Atualmente, muitos testes de medicamentos são realizados em animais, mas esses não refletem com precisão a resposta humana. Alternativas como "órgãos em chips" e representações digitais de órgãos estão sendo desenvolvidas para evitar o uso de animais. Embora a ideia de bodyoids seja polêmica, a história da biotecnologia mostra que percepções sobre o que é aceitável podem mudar com o tempo, como ocorreu com a fertilização in vitro, que hoje é amplamente aceita.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela