30 de mai 2025

Cientistas criam fragrâncias a partir de flores extintas com tecnologia de DNA
Perfumes de flores extintas são criados pela Future Society e Harvard, unindo ciência e arte em fragrâncias inéditas.
Foto:Reprodução
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A Future Society, em colaboração com a Harvard University Herbaria, desenvolveu perfumes a partir de flores extintas, utilizando técnicas de sequenciamento de DNA. O projeto visa recriar fragrâncias que não podem mais ser encontradas na natureza.
A empresa, que atua no setor de biotecnologia, já lançou seis fragrâncias inspiradas em plantas que desapareceram, como o orbexilum stipulatum, que floresceu pela última vez em mil oitocentos e oitenta e um. A extinção dessa planta ocorreu devido à erradicação de búfalos na região e à subsequente inundação causada por barragens.
“Nosso objetivo é criar aromas que nunca foram sentidos antes”, afirmou Jasmina Aganovic, fundadora e CEO da Future Society. O processo de recriação envolve a extração de DNA de espécimes preservados, que são analisados para identificar moléculas de fragrância. A técnica é semelhante à utilizada por serviços de genealogia, como o ancestry.com.
Processo de Criação
A equipe da Future Society enfrentou desafios, uma vez que o DNA se degrada com o tempo. “Não sabíamos se a experiência de desextinção funcionaria, então foi um jogo de números”, explicou Aganovic. Os cientistas analisaram amostras e realizaram reações químicas para isolar o DNA.
Após a sequenciação, os dados obtidos foram utilizados para criar perfis olfativos. No entanto, a transformação desses dados em fragrâncias requereu a colaboração de perfumistas, que combinaram notas de aromas com base nas informações genéticas.
Colaboração com Perfumistas
Os perfumes foram desenvolvidos em parceria com renomadas casas de fragrâncias, como Givaudan e Robertet. Cada perfumista trouxe uma abordagem única, criando aromas que evocam a história das flores extintas. Por exemplo, Olivia Jan trabalhou na fragrância Grassland Opera, inspirada no orbexilum stipulatum, buscando capturar a essência de um ambiente úmido e verde.
Daniela Andrier formulou duas fragrâncias, incluindo a Reclaimed Flame, que homenageia o Leucadendron grandiflorum, extinto desde mil novecentos e sessenta. “A paleta de ingredientes foi baseada em elementos terrosos e herbais”, disse Aganovic.
A Future Society não busca ressuscitar as flores, mas sim explorar a relação entre ciência e arte na criação de fragrâncias. “É importante reconhecer que a tecnologia não pode substituir a conexão que as populações tinham com essas plantas”, concluiu Aganovic.
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