Crianças aprendem a criar seus próprios modelos de linguagem com nova tecnologia de IA

Luca, um jovem de dez anos, está entre os primeiros a experimentar o Little Language Models, uma nova aplicação desenvolvida por Manuj e Shruti Dhariwal, pesquisadores do MIT. O programa visa ensinar crianças sobre o funcionamento de modelos de inteligência artificial (IA) por meio da construção de versões em pequena escala, evitando aulas teóricas cansativas. A abordagem prática permite que os alunos visualizem conceitos complexos, como o pensamento probabilístico, fundamental para a operação dos modelos de linguagem atuais.

O programa utiliza dados e dados modificáveis, permitindo que os alunos explorem como a probabilidade influencia as decisões de um modelo de IA. Por exemplo, ao criar dados que representam diferentes tons de pele, os alunos podem observar como a diversidade nos dados afeta os resultados gerados pela IA. Helen Mastico, bibliotecária de uma escola em Quincy, Massachusetts, destaca que a ferramenta ajuda os alunos a compreenderem como o viés pode surgir em modelos de IA, proporcionando um contexto rico para discussões educacionais.

Os Dhariwals planejam que o Little Language Models seja utilizado globalmente, permitindo que os alunos carreguem seus próprios dados, com supervisão dos professores. Além disso, a ferramenta possibilita que as crianças experimentem conceitos mais avançados, como cadeias de Markov, onde variáveis anteriores influenciam as subsequentes. Essa flexibilidade é vista como uma forma de estimular a criatividade e o aprendizado prático.

A iniciativa surge em um momento em que há uma carência de recursos lúdicos que ensinem sobre literacia de dados e conceitos de IA de maneira criativa. Emma Callow, designer de experiências de aprendizagem, ressalta que, embora as escolas estejam focadas em segurança, a utilização de IA está crescendo. O Little Language Models será lançado na plataforma online coco.build em meados de novembro, com testes em várias escolas ao longo do próximo mês. A mãe de Luca, Diana, acredita que essa experiência ajudará seu filho a entender e usar a IA de forma mais sábia desde cedo.