29 de out 2024
Palmer Luckey aposta na tecnologia militar como futuro da realidade mista
A guerra na Ucrânia impulsionou o crescimento da inteligência artificial militar. Palmer Luckey, fundador da Anduril, aposta em headsets de realidade aumentada para o exército. Preocupações surgem sobre riscos de IA, como vazamentos de informações sensíveis. Contratos militares são lucrativos e atraem empresas de tecnologia como Microsoft e OpenAI. A falta de transparência em experimentos militares levanta questões éticas e de segurança.
Foto:Reprodução
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A guerra tem se mostrado um catalisador para mudanças significativas, especialmente no setor de inteligência artificial (IA) militar. Desde o início do conflito na Ucrânia, em 2022, o mercado de IA voltado para a defesa tem crescido, com empresas como a Anduril, fundada por Palmer Luckey, ex-CEO da Oculus, se destacando. A Anduril, avaliada em R$ 14 bilhões, desenvolve tecnologias como drones e mísseis de cruzeiro para o Departamento de Defesa dos EUA. Luckey acredita que o uso de headsets de realidade aumentada (AR) será mais comum entre soldados do que entre civis.
A adoção de IA nas forças armadas gera controvérsias. Em 2018, o Google se retirou do Project Maven, que buscava melhorar ataques com drones através de reconhecimento de imagem, após protestos internos sobre questões éticas. Apesar disso, a pressão para que empresas de tecnologia invistam mais em IA militar tem crescido, com figuras influentes como Eric Schmidt, ex-CEO do Google, defendendo essa abordagem. O setor militar, por sua vez, tem se mostrado receptivo a essas inovações, o que é promissor para as empresas de tecnologia, já que contratos militares são longos e lucrativos.
Luckey destaca que o ambiente militar é ideal para testar novas tecnologias, pois os soldados seguem ordens e não são tão exigentes quanto os consumidores. Além disso, as forças armadas estão dispostas a pagar mais por inovações. No entanto, especialistas alertam para os riscos de implementar tecnologias poderosas sem a devida cautela, como a possibilidade de vazamento de informações sensíveis. Meredith Whittaker, presidente da Signal, argumenta que a militarização da IA visa mais o lucro das empresas de tecnologia do que a melhoria das operações militares.
A falta de transparência e responsabilidade no uso de IA militar é uma preocupação crescente. Embora haja apelos por regras mais rigorosas, é improvável que os governos limitem suas ações de defesa de maneira significativa. Estamos em uma era de experimentação com IA, e as forças armadas estão na linha de frente, permitindo que empresas de tecnologia testem suas inovações em um ambiente onde a responsabilidade é reduzida. Essa dinâmica beneficia o setor de tecnologia, que pode operar com menos supervisão.
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