04 de fev 2025
Drone inteligente revoluciona mapeamento de árvores na Amazônia para produção de perfumes
A startup Bioverse, em parceria com a Natura, criou um drone inovador. O drone identifica árvores a uma velocidade 200 vezes maior que métodos manuais. A tecnologia possui 95% de precisão e cobre 600 km² no Pará. O projeto visa garantir a obtenção segura de açaí e tucumã, usados em cosméticos. A iniciativa reflete um investimento de R$ 2,6 milhões, com apoio da Finep.
drone na Nauru (Foto: Divulgação)
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Um novo projeto que utiliza inteligência artificial e drones está revolucionando a identificação de espécies de árvores na Amazônia, aumentando a velocidade do trabalho em até 200 vezes. Desenvolvido pela startup Bioverse em parceria com a Natura, a tecnologia foi adaptada para mapear áreas florestais, especialmente nas comunidades extrativistas de Irituia e Abaetetuba, no Pará. Até agora, o drone já cobriu 600 quilômetros quadrados, identificando principalmente espécies de tucumã e açaí, essenciais para a produção de perfumes e cosméticos da Natura.
O diretor de pesquisa avançada da Natura, Rômulo Zamberlan, destacou que o método tradicional levaria 25 anos para realizar o mesmo levantamento. A empresa consome centenas de toneladas dessas frutas anualmente e, com o novo mapeamento, busca garantir a segurança na obtenção dessas matérias-primas, além de outras oito espécies de interesse econômico. A precisão da ferramenta da Bioverse é de 95%, e os dados obtidos são compartilhados com as comunidades extrativistas.
A ideia de desenvolver essa tecnologia surgiu do desejo de Francisco D’Elia, cofundador da Bioverse, de quantificar a biodiversidade na Amazônia. Com 25 anos de experiência em mapeamento, D’Elia utilizou imagens de satélite para treinar a inteligência artificial, aumentando a resolução das imagens para identificar espécies menores. A Bioverse, então, adaptou um drone para realizar mapeamentos em larga escala, uma necessidade na vasta extensão da Amazônia.
O investimento para o desenvolvimento da tecnologia foi de R$ 2,6 milhões, com parte do financiamento vindo da Natura, que teve um orçamento de pesquisa e desenvolvimento de R$ 292 milhões em 2023. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao governo federal, também contribuiu para o projeto, que promete transformar a forma como a biodiversidade é monitorada na região.
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