04 de fev 2025
Google altera princípios de IA e remove proibição de uso em armamento e vigilância
O Google remove cláusula que proibia uso de IA em armas e vigilância, gerando polêmica. A mudança reflete uma reversão dos princípios éticos estabelecidos em 2018. Especialistas alertam que isso pode permitir desenvolvimento de tecnologias letais. A nova política surge em meio à corrida global por liderança em inteligência artificial. Google busca expandir contratos governamentais, aumentando tensões internas.
Empresa removeu uma passagem sobre aplicações que não serão utilizadas de seus princípios de inteligência artificial listados publicamente (Foto: Yuki Iwamura)
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O Google atualizou suas diretrizes de ética em inteligência artificial (IA), removendo a promessa de não utilizar a tecnologia em aplicações relacionadas a armas e vigilância. A versão anterior dos princípios, que estava disponível até recentemente, incluía uma cláusula que proibia o uso de tecnologias que causassem danos, como armas. Essa mudança foi anunciada em um blog da empresa, onde executivos afirmaram que as democracias devem liderar o desenvolvimento da IA, guiadas por valores como liberdade e respeito aos direitos humanos.
A remoção da cláusula sobre danos pode impactar o tipo de projetos que o Google desenvolverá, segundo Margaret Mitchell, ex-pesquisadora de IA da empresa. Ela destacou que essa alteração apaga esforços anteriores em ética da IA e pode permitir que a empresa trabalhe em tecnologias potencialmente letais. O Google não comentou sobre suas intenções específicas após a atualização.
Os novos princípios refletem uma ambição crescente do Google de expandir sua tecnologia de IA para mais usuários, incluindo governos. A mudança ocorre em um contexto de competição global por liderança em IA, especialmente entre os Estados Unidos e a China. O blog da empresa enfatizou a importância de avaliar se os benefícios superam os riscos ao considerar novos projetos.
Desde a publicação de seus princípios de IA em 2018, o Google enfrentou pressão interna significativa, incluindo protestos de funcionários contra contratos governamentais. A nova abordagem pode intensificar as tensões dentro da empresa, especialmente após a rescisão de contratos controversos, como o Project Nimbus, que envolveu serviços de nuvem para o governo de Israel. A empresa não respondeu imediatamente a pedidos de comentário sobre as implicações dessas mudanças.
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