Tecnologia

Sexo com robôs: a resistência feminina e a objetificação na indústria tecnológica

David Levy previu em 2008 que o sexo com robôs se tornaria comum, e o mercado sexual já alcançou quase 30 bilhões de dólares em 2023. A Realbotix lançou Aria, um robô humanoide que simula emoções e busca conexões reais, atraindo atenção no Consumer Electronics Show. Críticas surgem sobre a falta de robôs sexuais para mulheres e questões éticas, como a cosificação feminina. Especialistas alertam que a robosexualidade pode reforçar estereótipos de gênero e desumanizar relações. A evolução da tecnologia pode aumentar a demanda por robôs, mas é crucial abordar as implicações éticas e sociais.

Um fotograma do filme 'Ex Machina', atualmente disponível no Movistar Plus+. (Foto: Reprodução)

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O especialista em inteligência artificial David Levy previu, em 2008, que o sexo com robôs se tornaria tão comum quanto o sexo entre humanos. Ele afirmou que a interação entre pessoas aumentaria à medida que os robôs ensinassem sobre práticas sexuais. Quase duas décadas depois, no Consumer Electronics Show, a empresa Realbotix apresentou Aria, um robô humanoide que simula emoções e busca conexões reais, sendo considerado por alguns como "o robô para solteiros". O mercado de tecnologia sexual, avaliado em cerca de 30 bilhões de dólares em 2023, deve ultrapassar 100 bilhões de dólares até 2032.

Entretanto, a aceitação de robôs sexuais femininos parece ser limitada. Enquanto filmes como Austin Powers e Ex Machina popularizaram a imagem de humanoides femininas, a representação de robôs masculinos, como Henry Fondle de BoJack Horseman, é mais cômica. Matt McMullen, fundador da Realbotix, criou Henry para "representar ambos os gêneros", embora a demanda por robôs masculinos seja questionável. Pesquisas indicam que dois terços dos homens estariam dispostos a ter relações com robôs, enquanto a maioria das mulheres não se mostraria interessada.

A especialista em inteligência artificial Kate Devlin observa que a tecnologia de robôs sexuais é predominantemente desenvolvida por homens e para homens. Pere Estupinyà, autor de "A ciência e o sexo", destaca que não há interesse significativo por robôs sexuais masculinos entre mulheres, que preferem brinquedos sexuais focados na estimulação clitoriana. Além disso, a maioria dos robôs disponíveis no mercado é projetada para atender ao público masculino, refletindo uma indústria dominada por estereótipos de gênero.

Por fim, especialistas alertam sobre os riscos de cosificação e desumanização que os robôs sexuais podem trazer. Olimpia Coral, ativista e responsável pela Lei Olimpia no México, critica a criação de robôs com identidades humanas, afirmando que isso pode perpetuar a violência digital e a exploração dos corpos femininos. A discussão sobre a ética e a perspectiva de gênero na criação de robôs sexuais é fundamental para evitar a repetição de padrões tóxicos, conforme ressaltam especialistas como Lucía Jiménez e Lorena Blasco-Arcas.

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