Microsoft cria novo estado da matéria para revolucionar a computação quântica

A Microsoft anunciou a criação de um novo estado da matéria, que pode revolucionar a computação quântica, com a construção de um “qubit topológico”. Publicado na revista Nature, o estudo revela que esse qubit, parte do chip Majorana 1, pode acelerar o desenvolvimento de tecnologias em áreas como inteligência artificial, medicamentos e baterias. O chip, que cabe na palma da mão, interliga oito qubits e tem potencial para abrigar até um milhão, prometendo resolver problemas matemáticos complexos.

Chetan Nayak, pesquisador da Microsoft, afirmou que a computação quântica pode se tornar uma realidade em “anos”, não décadas. Kenneth Corrêa, professor da Fundação Getulio Vargas, considera essa previsão otimista, mas possível, destacando que a tecnologia pode impactar significativamente a inteligência artificial, permitindo a análise de milhões de variáveis simultaneamente. A validação científica dos resultados é essencial para separar o que é viável do que é apenas especulação.

Apesar do otimismo, Leandro Mattos, especialista em neurociência, alerta que a computação quântica ainda enfrenta desafios na transição para aplicações comerciais. Ele enfatiza que, mesmo com a validação acadêmica, a área é altamente experimental e requer mais testes e replicações para confirmar a viabilidade das descobertas. A Microsoft reconhece que a implementação em larga escala depende da superação de barreiras técnicas e do desenvolvimento de infraestrutura adequada.

O topocondutor, material inovador utilizado no chip, combina as vantagens dos semicondutores e supercondutores, permitindo resolver problemas que computadores clássicos não conseguem. A Microsoft acredita que a computação quântica pode transformar indústrias, como a química e a agricultura, desenvolvendo materiais autorregenerativos e soluções para o excesso de plásticos. Frank Wilczek, físico do MIT, destacou que a computação quântica representa uma perspectiva empolgante para a física e para o futuro.