Brasil investe R$ 24 bilhões até 2028 para liderar em inteligência artificial na América Latina

O Brasil se destaca como um dos líderes em inteligência artificial (IA) na América Latina, segundo um novo relatório do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Encomendado pela Embaixada dos Países Baixos, o estudo mapeia 144 unidades de pesquisa em IA no país, posicionando o Brasil na 13ª colocação no ranking global de produção científica na área. As regiões Sudeste e Norte concentram a maioria dos centros, com São Paulo liderando com 41 unidades e o Amazonas com 22. As pesquisas abrangem setores como saúde, agricultura, mobilidade urbana, energia, educação e indústria.

O novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado em 2024, visa impulsionar o setor com investimentos de R$ 23,03 bilhões até 2028, provenientes de diversas fontes, incluindo fundos públicos e iniciativa privada. O plano destina 60% dos recursos à inovação empresarial, apoiando startups e pequenas indústrias, enquanto 25% são voltados para infraestrutura tecnológica, como supercomputadores e uma nuvem soberana. Além disso, o plano prevê a formação de cerca de 200 mil profissionais na área de IA.

O relatório também destaca que o setor de saúde é o principal foco dos pedidos de patente envolvendo IA no Brasil. As áreas com maior número de unidades de pesquisa incluem indústria e manufatura (30 centros), saúde (25), gestão corporativa (20) e mobilidade e logística (15). O país possui uma rede de programas que conecta universidades, empresas e o governo, como os Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs), que promovem a inovação em temas como cidades inteligentes e cibersegurança.

Apesar dos avanços, o relatório aponta desafios, como a concentração de recursos em determinadas regiões e a falta de infraestrutura computacional em algumas áreas. O investimento privado em IA cresceu rapidamente, com empresas brasileiras aplicando R$ 2,61 bilhões em 2022, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. A expectativa é que esse valor ultrapasse US$ 1 bilhão anuais a partir de 2023, com multinacionais como a Microsoft investindo R$ 14,7 bilhões para expandir sua infraestrutura no Brasil.