19 de mai 2025

Zuckerberg define amizade como combinação de utilidade e prazer em evento recente
Zuckerberg propõe amizade virtual via inteligência artificial para combater a solidão, mas críticos alertam para a superficialidade dessa solução.
Foto:Reprodução
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A tecnologia é frequentemente vista como uma solução para problemas práticos, mas sua eficácia em questões existenciais, como a solidão, é debatida. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, sugere que a inteligência artificial pode oferecer amizade virtual como resposta à solidão crescente.
Recentemente, Zuckerberg afirmou que a solidão é um problema significativo, revelando que, em média, os norte-americanos têm apenas três amigos. Para ele, a inteligência artificial poderia preencher essa lacuna, proporcionando um amigo virtual que compreende e aceita o usuário. No entanto, essa proposta enfrenta críticas por sua superficialidade e pela falta de entendimento sobre a verdadeira essência da amizade.
A visão de Zuckerberg sobre amizade é considerada limitada e utilitária. Ele a define como uma relação de conveniência, onde o amigo serve para beneficiar ou entreter, dependendo das necessidades do momento. Essa perspectiva ignora a profundidade e a complexidade das relações humanas, conforme discutido por Aristóteles em sua obra "Ética".
Aristóteles classifica a amizade em três tipos: a amizade por utilidade, a amizade por prazer e a amizade por virtude. A primeira é baseada em interesses mútuos, enquanto a segunda se concentra no prazer que um amigo proporciona. A amizade por virtude, no entanto, é a mais elevada, caracterizada pelo desejo genuíno de bem-estar do outro, sem interesses pessoais envolvidos.
A proposta de Zuckerberg de uma amizade virtual falha em atender a esse conceito aristotélico. Um algoritmo, por mais avançado que seja, não pode desejar o bem de um ser humano. A amizade verdadeira requer reciprocidade e autenticidade, elementos que não podem ser replicados por uma máquina. Assim, a ideia de que a tecnologia pode resolver a solidão é vista como uma simplificação do problema humano.
Zuckerberg lamenta a escassez de amigos verdadeiros, mas, segundo críticos, essa visão ignora o valor intrínseco das relações autênticas. Ter apenas três amigos reais pode ser um tesouro, e a busca por conexões genuínas deve ser priorizada em vez de se contentar com interações superficiais proporcionadas pela tecnologia.
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