Baidu adota código aberto e transforma seu modelo de IA generativa Ernie

Os Estados Unidos e a China estão em uma acirrada disputa tecnológica, especialmente no campo da inteligência artificial. Recentemente, a Baidu, gigante chinesa, anunciou a abertura do código de seu modelo de IA generativa Ernie, em um movimento que pode alterar o cenário competitivo global. A decisão foi divulgada nesta segunda-feira, 30, e visa reduzir custos e aumentar a competitividade frente a modelos abertos, como o DeepSeek.

A mudança da Baidu representa um desvio significativo de sua abordagem tradicional, que priorizava modelos de negócios proprietários. Com a abertura do código, a empresa espera facilitar o trabalho de desenvolvedores ao redor do mundo, permitindo a criação de aplicações sem as limitações de custos elevados. O CEO da Baidu, Robin Li, destacou que o modelo ERNIE X1, lançado em março, oferece desempenho comparável ao R1 do DeepSeek, mas a um custo reduzido, cerca de metade do preço.

Impacto no Mercado

A abertura do código do Ernie pode pressionar concorrentes como OpenAI e Anthropic, que operam com APIs fechadas e preços mais altos. Sam Altman, CEO da OpenAI, mencionou que a empresa está reavaliando sua estratégia em relação ao código aberto, com planos de lançar um modelo desse tipo até 2025. Especialistas acreditam que a mudança da Baidu pode transformar a indústria de IA, uma vez que os consumidores buscam custos mais baixos e desempenho aprimorado.

Entretanto, a recepção do mercado pode ser mista. Cliff Jurkiewicz, vice-presidente de estratégia global da Phenom, alertou que a desconfiança em relação a produtos chineses pode dificultar a adoção do Ernie em alguns mercados. Apesar disso, a pressão por inovação e redução de custos pode impulsionar a aceitação de modelos abertos, que frequentemente oferecem vantagens em termos de suporte a idiomas e regiões específicas.