04 de jul 2025

China investe em chips cerebrais para melhorar controle de pessoas paralisadas
China avança rapidamente em interfaces cérebro máquina, permitindo que pacientes paralisados recuperem movimentos e se comuniquem.

A China possui infraestrutura médica e uma grande população para testar a eficácia de implantes cerebrais. (Foto: Chen Zhonghao/Xinhua/Alamy)
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Avanços em Interfaces Cérebro-Máquina na China
Recentemente, a China tem se destacado no desenvolvimento de interfaces cérebro-máquina (BCI), com dispositivos como o NEO apresentando resultados promissores em testes com humanos. Esses avanços permitem que pacientes com paralisia recuperem movimentos e se comuniquem em tempo real.
A empresa StairMed, com sede em Xangai, desenvolveu um dispositivo que possibilitou a um homem sem membros jogar videogames. Embora a China não tenha um histórico tão extenso quanto os Estados Unidos nesse campo, o país está avançando rapidamente. Zhengwu Liu, engenheiro elétrico da Universidade de Hong Kong, afirma que a pesquisa em BCI na China está se desenvolvendo em várias frentes, incluindo melhorias em algoritmos para decodificar dados neurais.
O governo chinês identificou os sistemas BCI como uma área prioritária para inovação, resultando em um aumento significativo de investimentos. Yuanning Li, neurocientista computacional da ShanghaiTech University, destaca que jovens cientistas estão se envolvendo nessa nova onda de pesquisa, beneficiando-se da infraestrutura médica e da grande população do país para testar tecnologias.
Resultados Promissores
O dispositivo NEO, que é minimamente invasivo e sem fio, já foi implantado em 20 indivíduos. Ele utiliza uma luva pneumática para restaurar movimentos das mãos em pacientes paralisados. O primeiro paciente a receber o implante, em outubro de 2023, conseguiu melhorar sua força e velocidade de aperto, permitindo que ele se alimentasse e bebesse. Hong Bo, engenheiro biomédico da Universidade Tsinghua, co-lidera o estudo e relata que os resultados iniciais são encorajadores.
Embora a tecnologia do NEO colete informações de uma ampla população de células, sua resolução de sinal não é tão forte quanto a de dispositivos que registram a atividade de neurônios individuais. Zhengtuo Zhao, neuroengenheiro do Instituto de Neurociências da Academia Chinesa de Ciências, observa que isso torna o dispositivo mais adequado para controlar movimentos simples, mas ressalta a vantagem de sua minima invasividade e longa duração.
Inovações e Colaborações
Pesquisadores também estão explorando dispositivos mais complexos. Em julho de 2024, neurosurgeões em Xangai implantaram um dispositivo com 256 sondas na córtex neural de uma mulher com epilepsia, permitindo que ela controlasse aplicativos de redes sociais e uma cadeira de rodas após duas semanas de prática. Outra equipe implantou sondas em uma mulher com um tumor em uma área do cérebro responsável pela linguagem, permitindo que ela se comunicasse em mandarim a uma taxa de 50 palavras por minuto.
Esses avanços demonstram que a pesquisa em BCI na China não apenas está progredindo, mas também tem o potencial de beneficiar pacientes e pesquisadores em todo o mundo. O campo continua a evoluir, com novas tecnologias e colaborações que prometem transformar a forma como interagimos com dispositivos e, potencialmente, com o mundo ao nosso redor.
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