Mais de 40% dos projetos de inteligência artificial agêntica serão cancelados até 2027

Mais de 40% dos projetos de inteligência artificial agêntica devem ser cancelados em menos de dois anos, segundo o Instituto Gartner. Os motivos incluem custos elevados, falta de clareza nos objetivos de negócios e controles de risco inadequados. O estudo, divulgado nesta segunda-feira, 7, aponta que muitas iniciativas são impulsionadas mais por modismos do que por estratégias sólidas.

A IA agêntica, considerada uma das mais complexas e poderosas, ainda está em fase inicial de implementação. A diretora analista do Gartner, Anushree Verma, destaca que as empresas precisam "superar o hype" para tomar decisões estratégicas sobre a aplicação dessa tecnologia. O Gartner também aponta que apenas cerca de 130 dos milhares de fornecedores de IA agêntica oferecem propostas viáveis.

Verma afirma que muitos modelos atuais não conseguem atender a metas de negócios complexas de forma autônoma. "Muitos casos de uso posicionados como agênticos hoje não exigem implementações agênticas," diz ela. Apesar das dificuldades, o Gartner prevê que 15% das decisões diárias serão tomadas de forma autônoma até 2028, em comparação com 0% em 2024.

Expectativas Futuras

Além disso, espera-se que 33% das aplicações de software corporativas incluam IA agêntica até 2028, ante menos de 1% em 2024. Uma pesquisa realizada pelo Gartner em janeiro de 2025 revelou que 19% das empresas investiram significativamente em IA agêntica, enquanto 42% fizeram aportes conservadores.

Para obter valor real da IA agêntica, Verma sugere que as empresas se concentrem na produtividade em vez de apenas na melhoria de tarefas individuais. A utilização de agentes de IA pode ser iniciada em decisões necessárias, automação de fluxos de trabalho rotineiros e assistentes para recuperação de informações simples. "Trata-se de gerar valor para o negócio por meio de custo, qualidade, velocidade e escala," conclui.