IA processa e armazena suas informações; descubra como isso afeta sua privacidade

A OpenAI, responsável pelo ChatGPT, agora retém indefinidamente o conteúdo gerado por usuários, após uma decisão judicial. Essa medida surge em meio a preocupações sobre privacidade e segurança de dados, especialmente com a introdução de uma nova função de "memória", que personaliza a experiência do usuário.

O uso de inteligência artificial levanta questões sobre o tratamento de informações pessoais. O conteúdo compartilhado com o ChatGPT é processado em servidores fora do Brasil e pode ser utilizado para treinar modelos de IA, a menos que o usuário desative essa opção. Além disso, dados como nome, e-mail e informações técnicas são coletados, gerando um cenário de falta de transparência sobre o uso dessas informações.

Dora Kaufman, professora da PUC-SP, destaca que a ausência de regulação efetiva permite que as empresas de tecnologia decidam o que revelam sobre o uso de dados. A OpenAI afirma que não compartilha informações para fins publicitários, mas admite que humanos podem acessar dados em situações específicas, como suporte técnico. Isso gera um ambiente onde o usuário se encontra em uma posição vulnerável.

A nova função de memória do ChatGPT, que armazena preferências e informações pessoais, pode criar a ilusão de uma interação mais íntima. No entanto, especialistas alertam que isso pode levar os usuários a compartilhar dados sensíveis, como informações médicas ou financeiras, sem a devida cautela. Para garantir maior privacidade, a OpenAI oferece opções de controle de dados, mas usuários devem agir manualmente para evitar que suas interações alimentem os modelos de IA.

A empresa disponibiliza um portal onde é possível solicitar a exclusão ou correção de dados pessoais. Contudo, mesmo com essas opções, a retenção de dados por até 30 dias e a possibilidade de armazenamento indefinido em casos legais permanecem preocupações centrais para os usuários.