Tecnologia

Cientistas criam empresa para produzir amônia usando reações subterrâneas da Terra

Estudo revela que amônia pode ser produzida de rochas profundas da Terra. Addis Energy foi criada para comercializar esse processo inovador e sustentável. Método promete reduzir emissões e custos em comparação com a produção atual. A produção pode alcançar 40 mil quilos de amônia por dia em condições acessíveis. Pesquisa busca entender reações químicas em nível atômico para escalabilidade.

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Cientistas estão explorando a possibilidade de produzir amônia a partir de rochas localizadas nas profundezas da Terra, uma alternativa mais sustentável em comparação aos métodos tradicionais que geram grandes quantidades de gases de efeito estufa. Um estudo recente, publicado na revista Joule, revela que a amônia, essencial para fertilizantes e considerada uma opção de combustível verde, pode ser produzida em condições comuns de temperatura e pressão subterrâneas. A nova empresa Addis Energy foi criada para comercializar esse processo inovador.

Atualmente, a produção de amônia consome muita energia e representa mais de 1% das emissões globais de gases que contribuem para as mudanças climáticas. A pesquisa sugere que o uso das condições internas da Terra pode resultar em um método de produção mais limpo. Iwnetim Abate, professor do MIT e autor do estudo, afirma que "a Terra pode ser uma fábrica para a produção química". A produção de amônia depende de fontes de nitrogênio e hidrogênio, sendo que a busca por métodos mais limpos se concentra na geração de hidrogênio, que compõe a maior parte da pegada climática da amônia.

Os pesquisadores descobriram depósitos naturais de hidrogênio em rochas ricas em ferro, que podem ser utilizados para gerar hidrogênio de baixo custo e baixa emissão. Abate e sua equipe realizaram experimentos em laboratório, onde misturaram minerais, nitratos e água, conseguindo produzir amônia em poucas horas, mesmo em condições de 130 °C e pouco mais de duas atmosferas de pressão. Estima-se que um poço poderia gerar até 40.000 quilos de amônia por dia, embora ainda seja necessário investigar a viabilidade do processo em campo.

Para viabilizar a comercialização, Abate cofundou a Addis Energy, que já recebeu US$ 4,25 milhões em investimentos iniciais. A empresa buscará escalar a pesquisa e identificar locais geológicos adequados para a produção subterrânea de amônia. O CEO da Addis, Michael Alexander, destaca que muitas das tecnologias necessárias já estão disponíveis nas operações de petróleo e gás. Apesar de a amônia ser um produto químico tóxico, existem procedimentos estabelecidos para seu manuseio. As estimativas iniciais indicam que a amônia produzida por esse método poderia custar até US$ 0,55 por quilo, um valor superior ao da produção atual com combustíveis fósseis, mas potencialmente mais barato que outros métodos de baixa emissão.

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