28 de jan 2025
China constrói grande centro de pesquisa em fusão com potencial para armas nucleares
A China constrói um centro de pesquisa de fusão a laser em Mianyang, similar ao dos EUA. A instalação pode impulsionar o desenvolvimento de armas nucleares e energia limpa. O compartimento de experimentos chinês é 50% maior que o da instalação americana. A pesquisa de fusão permite estudar reações nucleares sem testes explosivos. Especialistas afirmam que a China ainda está atrás dos EUA em dados de testes nucleares.
Foto: Reprodução
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A China está em processo de construção de um grande centro de pesquisa de fusão com ignição a laser na cidade de Mianyang, no sudoeste do país. Especialistas de organizações analíticas indicam que essa instalação pode contribuir tanto para o desenvolvimento de armas nucleares quanto para a geração de energia. Imagens de satélite revelam um layout que inclui quatro “braços” para lasers e um compartimento central para experimentos, que será maior que o da Instalação Nacional de Ignição (NIF) dos EUA, avaliada em 3,5 bilhões de dólares.
De acordo com Decker Eveleth, pesquisador da CNA Corp, a nova instalação chinesa possui um compartimento de experimentos cerca de 50% maior que o da NIF, atualmente a maior do mundo. William Alberque, analista do Centro Henry L. Stimson, ressalta que países com instalações desse tipo podem aumentar sua confiança em projetos de armas existentes e desenvolver novas tecnologias sem a necessidade de testes nucleares diretos. O Ministério das Relações Exteriores da China não se manifestou sobre o assunto, e o Ministério de Ciência e Tecnologia não respondeu aos pedidos de comentários.
A ignição do combustível de fusão é crucial para entender as reações nucleares e explorar a possibilidade de uma fonte de energia limpa a partir do hidrogênio. Além disso, permite a análise de detonações nucleares sem a realização de testes explosivos, que são proibidos pelo Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, do qual China e EUA são signatários. Os testes subcríticos, que não geram reações nucleares, são permitidos e a pesquisa de fusão a laser é uma alternativa viável.
Siegfried Hecker, ex-diretor do Laboratório Nacional de Los Alamos, destaca que, embora a pesquisa de fusão a laser seja importante para a segurança do arsenal nuclear dos EUA, a China, que realizou 45 testes nucleares em comparação com 1.054 dos EUA, pode não obter os mesmos benefícios devido à falta de um extenso conjunto de dados. Hecker não acredita que a China esteja à frente em termos de instalações nucleares, uma vez que outras potências nucleares, como França, Reino Unido e Rússia, também possuem centros de fusão por confinamento inercial.
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