China transforma deserto Kubuqi em 'Grande Muralha Solar' para energia limpa e combate à desertificação

A China está desenvolvendo um ambicioso projeto de energia renovável no deserto Kubuqi, conhecido como a "Grande Muralha Solar", que se estenderá por 400 quilômetros e terá cinco quilômetros de largura. A instalação visa abastecer a capital, Pequim, que possui cerca de 22 milhões de habitantes, com energia solar, aproveitando as condições climáticas favoráveis da região. A escolha do deserto se deve ao seu terreno plano e à proximidade de centros industriais, além de ser uma área anteriormente considerada um "mar da morte".

O projeto, que deve ser concluído até 2030, já conta com a instalação de aproximadamente 5,4 gigawatts de potência. Quando finalizado, a capacidade total da muralha será de 100 gigawatts. A NASA destaca que a instalação dos painéis solares também tem como objetivo combater a desertificação, um processo que degrada áreas áridas e semiáridas. A sombra dos painéis ajudará a reduzir a evaporação da água e poderá facilitar o cultivo de pastagens na região.

Além da geração de energia, o projeto já demonstra resultados positivos, com imagens de satélite mostrando mudanças significativas na vegetação local. A Central Solar de Junma, uma das fazendas solares do complexo, foi reconhecida pelo Guinness Book como a maior imagem criada com painéis solares, gerando 2 bilhões de quilowatts-hora de eletricidade anualmente, suficiente para atender entre 300 mil e 400 mil pessoas.

Atualmente, a China lidera o mundo em capacidade operacional de parques solares, com 386.875 megawatts gerados, representando cerca de 51% do total global. Entre 2017 e 2023, a capacidade solar do país aumentou em média 39.994 megawatts por ano. Os Estados Unidos e a Índia ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente, com 79.364 megawatts e 53.114 megawatts gerados.