Cultura

Rio de Janeiro revela abrigos antiaéreos escondidos sob a cidade histórica

Pesquisas revelam que o Rio de Janeiro abriga 33 abrigos antiaéreos da Segunda Guerra, agora transformados em estacionamentos e depósitos. A arquiteta Isabella Cavallero investiga esses locais e apresentará suas descobertas em uma mostra no Forte de Copacabana.

Síndica Denise Rholoff na entrada do abrigo antiaéreo de 300 metros quadrados em Copacabana (Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo)

Síndica Denise Rholoff na entrada do abrigo antiaéreo de 300 metros quadrados em Copacabana (Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo)

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O Rio de Janeiro abriga uma rica herança arquitetônica, incluindo estilos art nouveau e art déco. Recentemente, uma pesquisa da arquiteta Isabella Cavallero revelou que 33 prédios cariocas possuem abrigos antiaéreos da Segunda Guerra Mundial, muitos dos quais foram transformados em estacionamentos ou depósitos.

Isabella, formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), investiga esses locais e planeja apresentar suas descobertas em uma mostra. Os abrigos, construídos por volta de mil novecentos e quarenta e dois, são vestígios de como a guerra impactou a cidade. Durante a década de quarenta, após o rompimento de relações diplomáticas com o Eixo, o governo de Getúlio Vargas implementou medidas de proteção, incluindo a construção de bunkers.

O Decreto-Lei 4.098, publicado em fevereiro de mil novecentos e quarenta e dois, exigia que edifícios com mais de quatro andares e área superior a mil e duzentos metros quadrados tivessem abrigos antiaéreos. Isabella, que criou o site Bunker Paradies com a antropóloga Ana Catalina Correa, começou a explorar o tema durante a pandemia. Após se mudar para Berlim, ela se interessou por documentos que indicassem a presença de bunkers no estilo brutalista no Rio.

A pesquisa identificou locais como o subsolo da Praça dos Expedicionários e da Galeria Menescal, em Copacabana. Um vídeo recente nas redes sociais gerou interesse, com pessoas enviando novos endereços. Isabella destaca a dificuldade em acessar algumas áreas devido à falta de autorização dos síndicos.

De sete a dezoito de maio, Isabella participará da mostra “80 anos depois: soldados-cidadãos do Brasil na Segunda Guerra Mundial”, no Forte de Copacabana. O impacto da guerra na arquitetura carioca é abordado em obras como “O Brasil e sua guerra quase desconhecida”, de João Barone, e “Trincheira tropical: a Segunda Guerra Mundial no Rio”, de Ruy Castro. Os bunkers, que incluíam instalações completas, hoje abrigam bicicletários e residências, como o bunker do Edifício Guaracy, na Urca, que se tornou a casa de um porteiro e sua família.

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