04 de mai 2025
Jurema Sagrada revela sincretismo entre culturas indígenas e africanas no Brasil
A Jurema Sagrada, religião que une tradições indígenas e africanas, é tema do livro "A Ciência Encantada de Jurema", de Marcelo Leite.
Batismo de juremeiros em ritual da religião jurema sagrada no Terreiro Orestes, em Belo Horizonte (MG) (Foto: Marcelo Leite/Folhapress)
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O livro "A Ciência Encantada de Jurema", de Marcelo Leite, será lançado no dia 5 de maio e explora a complexidade da Jurema Sagrada, uma religião que combina tradições indígenas e africanas. O autor investiga a história e a resistência cultural dessa prática espiritual, que utiliza a planta jurema-preta (Mimosa tenuiflora) em seus rituais.
Leite, jornalista, se aprofundou na Jurema Sagrada após reportagens sobre o psicodélico DMT, extraído da jurema-preta. Ele descobriu que a planta é utilizada há séculos por povos do semiárido, originando um culto que mescla influências africanas, indígenas e elementos do catolicismo popular.
A obra levanta questões sobre a identidade da Jurema Sagrada. É um ramo da umbanda ou uma religião autônoma? A presença de figuras como Zé Pelintra e exus nos cultos juremeiros sugere uma intersecção com a umbanda, mas a ambiguidade das fronteiras revela a riqueza dessa religiosidade nordestina.
O antropólogo Sandro Guimarães de Salles destaca a importância de Mestra Jardecilha, que ajudou a preservar a Jurema da perseguição policial na Paraíba. Seu templo abriga elementos africanos e indígenas, refletindo a miscigenação cultural. A prática da sementação, por exemplo, foi assimilada do candomblé, evidenciando a complexidade das influências.
A Jurema Sagrada, embora tenha raízes profundas na cultura indígena, também incorpora elementos europeus e africanos. Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo foram pioneiros no estudo dessa religiosidade, que, segundo Cascudo, é um "sincretismo acolhedor". A obra de Leite promete trazer à tona a relevância da Jurema na contemporaneidade, destacando sua influência nas práticas espirituais do Brasil.
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