Milhares de peregrinos caminham em direção a El Santuario de Chimayó durante a Semana Santa

Peregrinação à Igreja de Chimayó Atrai Milhares no Novo México

Santa Fé, Novo México – Uma tradição única da Semana Santa atrai milhares de peregrinos católicos a El Santuario de Chimayó, uma pequena igreja de adobe nas colinas do norte do Novo México. A jornada a pé por terrenos desérticos é vista como um caminho para um renovador encontro espiritual.

A peregrinação a Chimayó é uma prática secular para pessoas do Vale do Rio Grande e de outras regiões. Os fiéis caminham por dias para chegar ao santuário e comemorar a Sexta-feira Santa. A expectativa é de que os peregrinos cheguem ao local nesta sexta-feira, apesar da previsão de temperaturas amenas e chuva fraca.

Poder Curativo e Oferendas

Muitos peregrinos são atraídos por um poço de terra dentro da igreja, que se acredita ter poderes curativos. Ao longo do ano, muletas, órteses e bengalas são deixadas como oferendas, em testemunho de orações atendidas e milagres.

Dentro da igreja, os visitantes passam por um arco de adobe e corredores estreitos para encontrar o Cristo Crucificado de Nuestro Señor de Esquipulas, uma imagem com raízes históricas em uma basílica na Guatemala.

Um Local de Fé e História

Chimayó, conhecida por seus tecidos artesanais e plantações de pimenta chile, está situada em uma região rica em história e espiritualidade. A igreja de adobe, construída no início do século XIX, foi erguida em um local já considerado sagrado pelos nativos americanos.

O santuário é um marco histórico nacional, com exemplos de arte folclórica hispânica do século XIX, afrescos religiosos e esculturas de santos em madeira. Uma sala de votos está repleta de mensagens de agradecimento de pessoas que afirmam ter sido curadas.

Devoção e Tradição

Uma capela separada é dedicada a Santo Niño de Atocha, o santo padroeiro das crianças, viajantes e daqueles que buscam libertação. Centenas de sapatos de crianças foram deixados em uma sala de oração, em homenagem ao santo que usa sapatos em suas jornadas milagrosas.

Acredita-se que os povos Pueblo, que habitavam a área de Chimayó antes dos colonos espanhóis, acreditavam que espíritos de cura poderiam ser encontrados em fontes termais. Essas fontes acabaram secando, deixando para trás uma terra com propriedades curativas.

Uma Jornada de Fé e Esperança

Fotógrafos como Miguel Gandert, que cresceu no vale de Española, documentaram a peregrinação ao longo dos anos. Ele descreve Chimayó como um lugar poderoso e espiritual, atraindo pessoas de diversas origens.

Os peregrinos percorrem paisagens áridas, salpicadas de juníperos e cactos, antes de chegar aos vales verdejantes de Chimayó. A magnitude da peregrinação é comparável a poucas outras nos Estados Unidos, com participantes que carregam cruzes, empurram carrinhos de bebê e buscam conforto em sua fé.