Denúncias de violência doméstica no DF ocorrem a cada 26 minutos em 2024

Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência doméstica, afirma que "a vida começa quando a violência termina". Rosa Aparecida Silva Melo, de 45 anos, vivenciou essa transformação após 18 anos de abusos. Ela relata que, apesar das promessas do agressor, não conseguia sair da relação até conhecer uma ONG que a acolheu e orientou. Após a prisão do agressor, Rosa encontrou paz e atualmente vive um relacionamento saudável, aconselhando outras mulheres a buscarem ajuda ao primeiro sinal de violência.

Em 2024, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) registrou 19.996 ocorrências de violência doméstica, o que representa um caso a cada 26 minutos. Comparado ao ano anterior, houve uma queda de 4,17% nos registros. O Dispositivo Móvel de Proteção à Pessoa (DMPP) emitiu mais de 13 mil alertas para proteger vítimas, utilizando tornozeleiras eletrônicas para monitorar agressores e garantir a segurança das vítimas.

A advogada Mariana Covre destaca que o aumento de canais de denúncia e leis de proteção tem incentivado as mulheres a se manifestarem. No entanto, ela observa que a resposta dos agressores pode ser uma escalada da violência. Lisandra Arantes, especialista em direitos das mulheres, elenca cinco tipos de violência: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual, ressaltando a importância de políticas públicas eficazes para a proteção das vítimas.

A SSP-DF implementa o programa DF Mais Seguro, que inclui medidas preventivas e tecnologias para enfrentar a violência contra a mulher. A Secretaria da Mulher também desenvolve políticas para promover a equidade de gênero e a independência financeira das mulheres, buscando eliminar todas as formas de violência. A mudança na legislação, com penas mais severas para feminicídio, reflete um esforço contínuo para proteger as vítimas e punir agressores.