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Cristãos ocultos de Ikitsuki lutam para preservar tradições em extinção

Cultura milenar em risco: os Hidden Christians do Japão lutam para preservar sua fé única diante da extinção iminente.

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IKITSUKI, Japão (AP) — Em uma pequena ilha rural de Nagasaki, um grupo de cristãos conhecidos como Hidden Christians (Cristãos Ocultos) preserva uma forma única de cristianismo. Este grupo, que remonta ao século 17, enfrenta a extinção, pois a maioria de seus membros é idosa e os jovens abandonam a tradição.

Os Hidden Christians, que se referem a Deus como o Closet God, utilizam ícones disfarçados, como pinturas de Maria e Jesus apresentadas como Bodhisattvas budistas. Eles ainda recitam orações em latim, uma língua que não é mais amplamente utilizada. Masatsugu Tanimoto, um dos poucos que ainda pode recitar os cânticos, expressa preocupação com o futuro: “Estou com medo de que sejamos os últimos”.

Historicamente, o cristianismo se espalhou rapidamente no Japão no século 16, mas a perseguição severa a partir do início do século 17 forçou muitos a praticar sua fé em segredo. Após a proibição do cristianismo em 1614, os cristãos ocultos desenvolveram rituais que misturavam elementos de suas crenças originais com influências budistas e xintoístas.

Desafios e Preservação

Atualmente, os Hidden Christians enfrentam desafios significativos. Estima-se que menos de 100 ainda existam em Ikitsuki, e a última cerimônia de batismo foi realizada em 1994. A modernização e a migração dos jovens para as cidades têm contribuído para a diminuição do grupo. Shigeo Nakazono, especialista em folclore, observa que a falta de líderes religiosos profissionais dificulta a adaptação da fé às mudanças sociais.

A preservação da cultura e das práticas dos Hidden Christians é uma prioridade. Masashi Funabara, um dos últimos membros ativos, relata que seu grupo, que já teve nove famílias, agora conta apenas com duas. Eles se reúnem raramente, refletindo a fragilidade da tradição. Funabara espera que seu filho possa um dia assumir a responsabilidade de manter viva a herança familiar.

Os esforços para documentar essa história incluem a coleta de artefatos e entrevistas em vídeo com os membros restantes. A perda dessa tradição seria um grande golpe, não apenas para os praticantes, mas também para a diversidade cultural do Japão.

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