Religião

Rio Grande do Sul lidera Brasil em adeptos de religiões de matriz africana

Censo 2022 revela que 3,2% da população do Rio Grande do Sul é adepta de religiões afro brasileiras, com destaque para Viamão (9,3%).

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O Rio Grande do Sul se destaca com a maior proporção de adeptos de religiões de matriz africana no Brasil, conforme dados do Censo 2022. Três vírgula dois por cento da população gaúcha com 10 anos ou mais se declara praticante dessas religiões, superando a média nacional de um por cento. Em Viamão, esse número chega a nove vírgula três por cento.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 306.493 pessoas no estado se identificam com religiões como candomblé e umbanda. A presença significativa de grupos tradicionais e a mobilização contra a invisibilização da população negra são fatores que contribuem para esses números. A população negra representa um quinto dos 10,9 milhões de habitantes do estado.

Mobilização e Identidade

Movimentos como a campanha "Quem é de Axé diz que é", realizada antes do Censo de 2010, incentivaram a autoafirmação entre os afro-religiosos. O presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Estado do Rio Grande do Sul, Baba Diba de Iyemonja, destaca que o estado possui cerca de 65 mil terreiros. Ele afirma que a cultura afro-brasileira é parte do cotidiano gaúcho, com a presença constante do som dos tambores.

A cidade de Porto Alegre é também o berço do Dia da Consciência Negra, criado em 1971 para celebrar a contribuição afro-gaúcha. O pesquisador Érico Carvalho aponta que a autoafirmação da população negra é uma resposta à invisibilidade histórica. Ele observa que a narrativa oficial do estado muitas vezes ignora a intensidade da escravidão.

Desafios e Intolerância

Apesar do crescimento, a intolerância religiosa ainda é um desafio. O babalorixá Gamby Ty Sagó, presidente da Federação Afro-Brasil, menciona que muitos adeptos optam por não se declarar devido ao medo de represálias. Baba Diba ressalta a importância da defesa da identidade afro-brasileira, especialmente em momentos de crise, como as enchentes que afetaram terreiros no ano passado.

A mobilização em torno da cultura afro-brasileira também se intensificou em resposta à polarização política recente. A Marcha pela Vida e pela Liberdade Religiosa é um exemplo de como os afro-religiosos estão se afirmando no espaço público, buscando garantir seus direitos e visibilidade.

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