15 de abr 2025
Apropriação cultural: o impacto da mercantilização sobre as tradições indígenas
Líderes indígenas debatem apropriação cultural em Bogotá, destacando a mercantilização de tradições e a necessidade de respeito à ancestralidade.
Uma mulher wayú é tatuada durante o encontro internacional de tatuagem e marcas ancestrais corporais indígenas: ‘Buscando as marcas do Asho’ojushi’, em La Guajira, Colômbia. (Foto: Lismari Machado)
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Líderes indígenas, como Yásnaya Elena Aguilar Gil e David Hernández, participaram de um evento em Bogotá, onde discutiram a apropriação cultural indevida e a importância de respeitar a ancestralidade cultural. O encontro, realizado em março, abordou a mercantilização de elementos culturais e suas consequências para os povos indígenas.
Aguilar Gil comparou a apropriação cultural a um ato de violência, afirmando que "tomar um elemento cultural é tão perigoso quanto tentar aniquilar uma cultura". Ela e Hernández concordam que o intercâmbio cultural é natural, mas a linha entre esse intercâmbio e a apropriação é definida por relações de poder. Para eles, não pode haver colaboração entre opressores e oprimidos.
Durante o evento, tatuadores de diversas comunidades indígenas compartilharam suas experiências e a importância dos tatuagens como símbolos de memória e pertencimento. Michel Guetio, da comunidade Nasa, destacou que seus tatuagens contêm cerca de 7.000 símbolos, dos quais ele conhece apenas uma fração. Kunaq Tahbone, do povo Inupiaq, mencionou o uso de tatuagens para aliviar dores físicas e espirituais.
Os líderes também criticaram a mercantilização de elementos culturais, como os tatuagens polinesianos e símbolos indígenas em produtos de marcas famosas. Hernández afirmou que essa prática é "extractivista" e que a proteção legal existente é insuficiente. Ambos enfatizaram a necessidade de um consumo consciente e político, questionando a origem e o significado dos elementos culturais que são utilizados.
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