21 de abr 2025
Descoberta de esqueleto canino do Paleolítico revela complexa relação entre humanos e cães
Descoberta de esqueleto canino na França revela complexa relação entre humanos e cães paleolíticos, desafiando noções sobre domesticação.
Crânio de um cão pré-histórico encontrado na caverna Baume Traucade, na França, com marcas que sugerem ferimentos provocados por humanos (Foto: Jean-Baptiste Fourvrel/Reprodução)
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Esqueleto de cão paleolítico de 16 mil anos revela relação complexa com humanos
Um esqueleto canino quase completo, com idade entre 16 mil e 15.300 anos, foi descoberto na caverna de Baume Traucade, no sul da França. A análise detalhada, publicada na revista Quaternary Science Reviews, revela pistas sobre a domesticação dos lobos e a relação ambígua entre humanos e cães no período Paleolítico.
Fóssil raro oferece detalhes sobre cães ancestrais
O esqueleto, encontrado em 2021 por espeleólogos, pertence a um grupo conhecido como “cães paleolíticos”, considerados um estágio inicial na domesticação dos lobos. A raridade da descoberta reside no excelente estado de preservação do fóssil, permitindo uma análise aprofundada de sua morfologia.
Características físicas e sinais de interação humana
A fêmea adulta pesava cerca de 26 quilos e tinha 62 centímetros de altura. Ossos cicatrizados sugerem que o animal recebeu cuidados humanos após sofrer ferimentos graves. Contudo, perfurações recentes na escápula indicam que ela pode ter sido morta por humanos com lanças ou flechas.
Análise morfométrica e classificação do animal
Com base em análises comparativas com lobos e cães modernos, os pesquisadores classificaram o animal como um “cão paleolítico”. Esses canídeos apresentam características intermediárias entre lobos selvagens e cães domesticados, como focinhos mais curtos e mandíbulas menos robustas.
Comportamento e dieta dos cães paleolíticos
Os cães paleolíticos viviam ao lado de humanos durante a última era glacial, alimentando-se de restos de caça e desenvolvendo laços com os grupos humanos. A hipótese é que filhotes de lobo eram capturados e criados como animais de estimação, dando origem ao cão como o conhecemos hoje.
Relação ambígua e processo de domesticação complexo
A descoberta francesa reforça a ideia de que a relação entre humanos e cães no fim do Pleistoceno não era simples. O animal de Baume Traucade pode ter sido um companheiro por muitos anos e, ainda assim, ter sido morto por humanos. A domesticação não foi um evento único, mas um processo complexo e cheio de nuances.
Próximos passos da pesquisa
Os autores do estudo pretendem analisar o DNA do fóssil, o que pode ajudar a determinar se ele é um ancestral direto dos cães modernos ou parte de uma linhagem extinta.
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