Mães superpresentes: como estilos parentais moldam o desenvolvimento dos filhos

Paula é uma dentista dedicada e uma mãe exemplar, que se destaca por seu envolvimento na vida de seus dois filhos, já jovens adultos. Ela não apenas ajuda na escolha de um apartamento, mas o decora completamente, incluindo utensílios que podem nunca ser usados. “Você nunca sabe quando vai precisar de um ralador de noz-moscada”, diz ela, mesmo sem usar o ingrediente há anos.

Além de cuidar dos filhos, Paula acolhe ex-namoradas e amigas deles, tratando-as como parte da família. Quando o filho mais velho trouxe uma namorada excêntrica, Paula se adaptou e até adotou o cachorro da jovem após o término, acreditando que “o bichinho não tem culpa de nada”. Para o filho mais novo, ela realiza uma “investigação amorosa preventiva”, buscando garantir que ele não se envolva em relacionamentos problemáticos.

A abordagem de Paula pode ser analisada através das teorias psicológicas sobre estilos maternos. O estilo autoritativo, que combina exigência e afeto, é associado a melhores resultados emocionais e sociais nas crianças. Em contraste, estilos autoritários e negligentes podem levar a dificuldades no desenvolvimento emocional e social. A escolha do estilo materno é crucial para a formação do caráter e saúde mental dos filhos.

O cuidado de Paula reflete uma estratégia evolutiva de coesão familiar, alinhando-se ao conceito de aloparentalismo, que enfatiza a importância do cuidado comunitário. Ela encarna o estereótipo da “síndrome da mãe judia”, oferecendo amor e apoio de maneira intensa. No fundo, Paula quer garantir que seus filhos estejam bem, sempre pronta para ajudar com um ralador de noz-moscada e muito carinho.