24 de mai 2025
Última casa da avenida São João resiste à especulação imobiliária em São Paulo
Última casa da avenida São João, símbolo da imigração italiana, enfrenta degradação e irregularidades após décadas de transformações urbanas.
Silvia Ferrara mostra fotografia do bisavô, o imigrante italiano Savério Ferrara. (Foto: André Nery/UOL)
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A última casa da avenida São João, em São Paulo, enfrenta desafios em meio à urbanização. Construída no final do século 19 pela família Ferrara, o imóvel agora funciona como uma hospedaria para homens. Recentemente, passou por interdições e regularizações, refletindo a degradação da área.
Localizada no número 1767, a casa é uma das poucas construções centenárias da avenida. Com 210 m², a residência foi erguida pelo imigrante italiano Savério Ferrara em 1897. Ao longo do século 20, a paisagem da avenida mudou drasticamente, com a substituição de casas por edifícios e a construção do Minhocão, inaugurado em 1971.
A aposentada Rita Ferrara, neta de Savério, recorda a vida na casa. "Eu gostava muito de bicicleta, andava muito pela São João. Era cheia de árvores e vizinhos amigos", diz. A casa também foi palco de encontros familiares, onde a tradição da culinária italiana se manteve viva.
O Minhocão, embora tenha facilitado o trânsito, trouxe consequências negativas. A área ao redor da casa se degradou, e muitos moradores abandonaram seus imóveis. O famoso teatro das Nações, que ficava próximo, fechou em 1990 e foi demolido em 2010.
Silvia Ferrara, neta de Oswaldo, último morador da casa, agora é responsável pelo imóvel. "Se o Minhocão não tivesse sido construído, moraria lá novamente", afirma. Desde 2010, a casa abriga uma hospedaria, mas a frequência de hóspedes é baixa. Em 2024, o local foi interditado por irregularidades, mas foi regularizado em janeiro deste ano.
A história da família Ferrara e da última casa da avenida São João é um testemunho da imigração italiana e da transformação urbana de São Paulo. Rita, ao passar pela avenida, sempre lança um olhar nostálgico para a casa.
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