22 de mai 2025
Mulheres de Misiones promovem revolução verde com agroecologia e respeito à terra
Mulheres Soñadoras transforma resíduos em insumos orgânicos em Misiones, promovendo agroecologia e buscando reter a população rural.
Marianela Scharschinger junto à volteadora da biofábrica Reverdecer. (Foto: Somos Red)
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A Associação Civil Mulheres Soñadoras está promovendo uma revolução verde na província de Misiones, Argentina, ao implementar práticas de agroecologia e biofábrica. O projeto visa transformar resíduos em insumos orgânicos, buscando reter a população rural e expandir seu alcance nacional.
A biodiversidade de Misiones é uma das mais ricas do país, mas a região sofreu com décadas de monocultivos, como a produção de yerba mate e eucalipto. A associação, formada por mulheres que respeitam a terra, surgiu nos anos noventa e cresceu a partir de um projeto comunitário que incentivou o cultivo em pequenas propriedades.
Um dos principais pilares da transformação é a biofábrica Reverdecer, que converte resíduos como estiércol, serragem e cinzas em fertilizantes orgânicos. A presidente da associação, Claudia Kozaczek, destaca que o objetivo é fechar o ciclo de produção e devolver à terra o que foi retirado. O projeto já conta com cinquenta associados de diversas gerações e se expandiu para dez huertos comprometidos com práticas regenerativas.
Impacto e Sustentabilidade
O projeto recebeu um subsídio de oito milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 7 mil) em 2019, permitindo a compra de uma máquina única no país para facilitar a produção de insumos naturais. A cada quinze dias, a biofábrica produz cerca de cinquenta toneladas de bocashi, um tipo de adubo orgânico fermentado.
Além de biofertilizantes, a associação também oferece alternativas de trabalho para os jovens da região, buscando evitar a migração forçada por questões econômicas. Entre 2005 e 2010, Misiones perdeu aproximadamente 17.700 habitantes devido à migração interprovincial.
Atualmente, as Mulheres Soñadoras estão registrando seus produtos junto às autoridades sanitárias, o que permitirá a comercialização em nível nacional. A jovem Marianela Scharschinger, integrante da equipe da biofábrica, ressalta a importância da transmissão de conhecimentos sobre plantas e sementes, especialmente entre mulheres, que desempenham um papel crucial na preservação das tradições locais.
A associação também promove oficinas de educação ambiental e mantém um viveiro de plantas nativas, integrando saberes das comunidades indígenas guaraníes. O projeto se destaca como um exemplo de resistência e inovação em meio a um contexto de exploração ambiental.
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