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Ribeirinhos do Marajó enfrentam desafios e resistem à destruição de seu modo de viver

Marcos, ribeirinho e pesquisador, revela a luta pela preservação da cultura e do território em meio à devastação ambiental no Marajó.

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
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Marcos é um ribeirinho, negro e gay, que vem de uma família de pescadores no Marajó e está fazendo um Mestrado em Antropologia na UFPA. Ele começou sua pesquisa em Ponta de Pedras, onde estuda a destruição do modo de vida ribeirinho, a poluição dos igarapés e a resistência das famílias em manter suas tradições de pesca e coleta. Marcos destaca que, apesar da poluição e da falta de saneamento básico, as famílias ainda pescam e coletam açaí, pois essas atividades fazem parte de sua cultura. Ele aprendeu com seus pais sobre os ciclos da natureza e a importância de respeitar o meio ambiente. Marcos acredita que é fundamental valorizar o modo de viver ribeirinho e compartilhar conhecimentos para enfrentar as crises climáticas, sempre buscando um diálogo respeitoso e sem desigualdades.

Marcos Samuel Costa da Conceição, ribeirinho, negro e gay, iniciou sua pesquisa de campo em janeiro de 2025, no município de Ponta de Pedras, no Pará. Ele é mestrando em Antropologia na Universidade Federal do Pará (UFPA) e investiga a moradia ribeirinha, abordando a destruição do modo de vida local.

A pesquisa de Marcos destaca a poluição dos igarapés e a resistência das famílias em manter suas tradições de pesca e coleta. Ele relata que, apesar da degradação ambiental e da ausência de saneamento básico, as comunidades ainda praticam a pesca e a extração de açaí, essenciais para sua subsistência.

Marcos, que cresceu em uma família de pescadores marajoaras, enfatiza a importância dos conhecimentos tradicionais. Ele menciona que os ciclos das marés e os períodos de safra do açaí são ensinados oralmente por gerações. A prática de cuidados com o território é fundamental para a sobrevivência da cultura ribeirinha.

Desafios e Resistência

A pesquisa revela que a pesca está se distanciando das áreas ribeirinhas, exigindo maior esforço e investimento em tecnologias. Marcos observa que a presença de aterros sanitários tem poluído os igarapés, tornando-os impróprios para a pesca e lazer. Mesmo assim, as famílias se esforçam para manter suas tradições.

Ele destaca que a especulação imobiliária e o avanço do turismo ameaçam o território ribeirinho. Marcos critica a falta de reconhecimento dos saberes locais, que são ignorados em favor de interesses comerciais. Ele propõe que o diálogo entre conhecimentos tradicionais e contemporâneos é essencial para enfrentar a crise climática.

A pesquisa de Marcos é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e busca dar visibilidade à cultura ribeirinha, ressaltando a necessidade de respeitar e legitimar esse modo de viver.

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