Vida

Cerimônia fúnebre dos ianomâmis revela tradições e desafios enfrentados pelo povo indígena

Cerimônia fúnebre dos ianomâmis revela rituais ancestrais e luto coletivo, em meio à luta pela preservação de sua cultura e território.

Foto de Sebastião Salgado, em 2014, em expedição às terras dos ianomâni. (Foto: Sebastião Salgado)

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Em março de 2014, o fotógrafo Sebastião Salgado e o repórter Arnaldo Bloch, do jornal O GLOBO, participaram de uma expedição nas terras dos ianomâmis, no Amazonas. Eles foram autorizados a testemunhar uma rara cerimônia fúnebre, revelando tradições e rituais do povo indígena.

Desde o contato com brancos no século XIX, a população ianomâmi sofreu uma drástica redução, chegando a apenas 20% do total original. Em 2014, eram cerca de 23 mil ianomâmis, de um total estimado de 40 mil entre Brasil e Venezuela. As invasões de garimpeiros e mineradoras em suas terras, ricas em recursos minerais, agravaram a situação.

Durante a cerimônia, os participantes utilizaram yakuana, um pó feito de ráspas de árvores, que facilita o contato com os espíritos. Genésio, um pajé, conduziu rituais que incluíam gritos imitando vozes de animais e danças que evocavam espíritos. A cerimônia também contou com o sacrifício de 60 macacos, que foram assados como parte do rito em honra ao falecido.

Os dois jornalistas passaram a noite na aldeia, onde ouviram relatos sobre a vida local e os desafios enfrentados, como um surto de gripe que afetava anciãs e crianças. Na manhã seguinte, o corpo do morto foi suspenso entre árvores para ser descarnado, e suas cinzas seriam guardadas em urnas.

No último dia, os participantes tiveram a liberdade de expressar seu luto. Pajés e visitantes realizaram o waymou, um diálogo arcaico, enquanto Bloch e Salgado foram convidados a se retirar. Do lado de fora, ouviram o intenso pranto da comunidade, um testemunho da profunda conexão cultural e espiritual do povo ianomâmi.

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