Crise interna no governo argentino se agrava com troca de farpas entre Milei e vice

O presidente da Argentina, Javier Milei, intensificou sua disputa com a vice-presidente Victoria Villarruel após derrotas no Congresso relacionadas ao aumento das pensões. Milei a chamou de "traidora" por presidir a sessão que aprovou moções que ele se opôs. A tensão aumentou após o Senado aprovar aumentos nas pensões e benefícios para pessoas com deficiência, medidas que o presidente prometeu vetar.

A troca de acusações começou nas redes sociais, onde Milei compartilhou postagens de críticos de Villarruel, acusando-a de ser "populista" e alinhada ao kirchnerismo. Em resposta, Villarruel defendeu sua posição, afirmando que aposentados e pessoas com deficiência não podem esperar por aumentos. Ela criticou a falta de diálogo no governo e sugeriu que o presidente economizasse em outras áreas, como viagens e serviços de inteligência.

Conflito Aumenta

O embate entre Milei e Villarruel reflete um crescente descontentamento dentro da coalizão governista. Após a aprovação das leis, Villarruel se posicionou como "nacionalista" e negou vínculos com o kirchnerismo, desafiando as acusações de Milei. Ela também criticou a Secretária Geral da Presidência e a postura do governo em relação aos projetos de lei.

A situação se agravou quando Milei, após as derrotas, anunciou que vetaria os aumentos, argumentando que isso comprometeria o superávit fiscal. A vice-presidente, por sua vez, destacou que a ajuda aos mais vulneráveis não deveria ser vista como um problema, enfatizando a urgência das necessidades dos aposentados e deficientes.

Perspectivas Futuras

A crescente tensão entre Milei e Villarruel pode dificultar a governabilidade na Argentina. A vice-presidente, que até então havia mantido uma postura discreta, agora parece disposta a se distanciar da Casa Rosada. Fontes próximas a Villarruel indicam que ela pode estar se preparando para uma possível candidatura à presidência, enquanto membros do círculo de Milei minimizam essa possibilidade, afirmando que suas iniciativas não representam uma ameaça real.

Com a inflação em queda e a expectativa de um superávit orçamentário em 2024, a administração Milei enfrenta desafios significativos, não apenas econômicos, mas também políticos, à medida que as divisões internas se tornam mais evidentes.