14 de jul 2025
Ação de Eduardo Bolsonaro nos EUA gera críticas e divide opiniões entre especialistas
Eduardo Bolsonaro renuncia ao mandato na Câmara dos Deputados em meio à crise política gerada pelas tarifas de Donald Trump.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que renunciará ao seu mandato na Câmara dos Deputados para buscar sanções contra violadores de direitos humanos nos Estados Unidos. A decisão ocorre em meio a uma crise política provocada por tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros, que reabilitaram a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida de Trump, anunciada em 9 de julho, gerou forte repercussão negativa e complicou a situação dos bolsonaristas. Especialistas criticam a estratégia de Eduardo, que não previu as sanções e subestimou o impacto delas em sua base eleitoral. A reação inicial de aliados de Bolsonaro foi tentar associar as tarifas ao governo Lula, o que intensificou o mal-estar entre os apoiadores do ex-presidente.
Críticas à Estratégia
Analistas apontam que Eduardo Bolsonaro se tornou o "grande artífice" do "tarifaço", ao não considerar que Trump poderia usar tarifas como arma política. Denilde Holzhacker, cientista política, afirmou que o deputado errou ao não calcular as possíveis consequências da medida. Para ela, a reação da opinião pública poderia ser prevista, especialmente considerando casos anteriores de Trump com outros países.
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, destacou que a figura de Trump se tornou um "inimigo externo", o que pode beneficiar Lula ao reverter sua baixa popularidade. A situação se torna ainda mais delicada com a divisão interna entre os bolsonaristas, que enfrentam pressões de setores como o agropecuário.
Consequências Políticas
A renúncia de Eduardo Bolsonaro pode ter impactos significativos nas eleições de 2026. A crise gerada pelo "tarifaço" não apenas prejudica sua imagem, mas também afeta aliados como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A falta de uma resposta imediata e coesa à medida de Trump deixou os bolsonaristas em uma posição vulnerável, dificultando a defesa dos interesses da família Bolsonaro.
A relação entre Brasil e Estados Unidos se torna cada vez mais tensa, com a necessidade de uma resposta estratégica do governo Lula. A forma como o governo lidará com as tarifas de Trump poderá influenciar o cenário político nos próximos meses, especialmente em um ano eleitoral.


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