14 de jul 2025
Síria enfrenta crise profunda após a queda do regime de Bashar al-Assad
Síria enfrenta grave crise humanitária e tensão sectária após a ascensão de Ahmad al Sharaa, que promete democracia, mas centraliza poder.

Ahmad al-Sharaa assina declaração constitucional que vigorará por cinco anos, no palácio presidencial em Damasco (Foto: Bakr Alkasem-13.mar.25/AFP)
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A Síria enfrenta um novo capítulo político após a queda de Bashar al-Assad, com Ahmad al-Sharaa assumindo a presidência. Em dezembro, a guerra civil que devastou o país por mais de uma década chegou ao fim, mas os desafios permanecem. A crise humanitária é alarmante: 90% da população vive abaixo da linha da pobreza, e cerca de 6 milhões de sírios foram forçados a deixar suas casas.
Al-Sharaa, que tem um histórico controverso ligado à Al Qaeda, promete uma transição democrática, mas já concentra poder em suas mãos. Em março, ele instituiu uma declaração constitucional que lhe confere poderes quase ilimitados, permitindo nomeações e reformas sem a necessidade de eleições. Analistas alertam que seu governo deve evitar repetir os erros do regime anterior, sob pena de comprometer a integridade do Estado.
A violência sectária continua a ser uma preocupação significativa. Em março, confrontos no litoral resultaram na morte de mais de 1.600 alauítas, enquanto embates no sul deixaram ao menos cem vítimas entre as comunidades drusas. A maioria da população síria é sunita, e a tensão entre as diferentes vertentes religiosas é palpável.
Além disso, a questão curda no norte do país se torna cada vez mais urgente. As forças curdas, que desempenharam um papel crucial na luta contra Assad, exigem reconhecimento e autonomia. Negociações estão em andamento para integrar os curdos ao Exército sírio, mas a falta de diálogo sincero entre os grupos étnicos pode dificultar a estabilidade.
No cenário internacional, a Síria pode estar à beira de uma mudança significativa. Com o enfraquecimento do Irã e de seus aliados, há especulações sobre um possível alinhamento com Israel. No entanto, a rivalidade histórica entre os dois países e os recentes ataques aéreos israelenses na Síria complicam essa possibilidade. O futuro da Síria, sob a liderança de Al-Sharaa, permanece incerto, e a pressão para uma verdadeira democratização é crescente.
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