Zelensky propõe mudança no comando da Ucrânia e oposição critica ampliação de poder

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou a intenção de substituir o primeiro-ministro Denys Shmyhal por Yulia Svyrydenko, atual ministra do Desenvolvimento Econômico e Comércio. A mudança, a mais significativa desde o início da invasão russa em 2022, requer aprovação do Parlamento, onde o partido de Zelensky, Servo do Povo, possui a maioria.

Zelensky destacou que a nomeação de Svyrydenko visa renovar o governo e fortalecer a rede de segurança social, que foi severamente afetada pela guerra. A nova primeira-ministra também terá a responsabilidade de expandir a produção nacional de armas, uma prioridade crucial para o esforço de defesa do país. Svyrydenko já desempenhou um papel importante em negociações com o governo dos Estados Unidos, incluindo um acordo sobre recursos naturais.

A proposta de mudança ocorre em um contexto de intensificação dos ataques russos, com drones e mísseis atingindo cidades ucranianas. Além disso, as negociações de cessar-fogo, mediadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, enfrentam impasses. Trump anunciou que, caso a Rússia não aceite negociar um cessar-fogo em 50 dias, irá impor tarifas severas a países que mantiverem relações comerciais com Moscou.

A situação política na Ucrânia é tensa, com crescentes críticas à administração de Zelensky. Oposição questiona se a troca de primeiro-ministro realmente representa uma mudança significativa ou se é uma estratégia para consolidar ainda mais o poder presidencial. Acusações de abuso de poder durante a lei marcial também têm aumentado, especialmente após a substituição de prefeitos eleitos por militares.

A sessão parlamentar para discutir a nomeação de Svyrydenko está marcada para terça-feira. A expectativa é que a votação reflita o apoio do partido de Zelensky, apesar do crescente pessimismo entre a população ucraniana em relação ao conflito com a Rússia.