15 de jul 2025
Ex-comandante da Aeronáutica revela intenção de ataques virtuais no governo Bolsonaro
Carlos de Almeida Baptista Junior confirma pressão de Jair Bolsonaro para apoiar golpe de Estado e relata ataques virtuais em depoimento ao STF.

Brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., comandante da Aeronáutica (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 15, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, revelou que sofreu ataques virtuais após se recusar a apoiar uma tentativa de golpe de Estado no final de 2022. Ele afirmou que esses ataques tinham como objetivo "mudar a nossa postura legalista" e foram direcionados a ele e ao general Marco Antonio Freire Gomes, ambos por não aceitarem a ruptura democrática.
Baptista Junior, que depôs como testemunha na ação penal que investiga o chamado "núcleo 4" da trama golpista, confirmou que recebeu pressão significativa e ataques nas redes sociais, que, segundo ele, continuam até hoje. O ex-comandante também mencionou que foi o ex-presidente Jair Bolsonaro quem lhe enviou um relatório do Instituto Voto Legal (IVL), questionando a integridade das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições.
Pressões e Reuniões
Durante seu depoimento, Baptista Junior destacou que participou de reuniões nas quais Bolsonaro discutiu estratégias para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais. Em maio, ele e Freire Gomes já haviam sido ouvidos como testemunhas de acusação em outro núcleo da mesma investigação. O ex-comandante reiterou que a pressão recebida estava diretamente ligada à sua postura legalista.
Além de Baptista Junior, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, também prestou depoimento, tentando se desvincular de fraudes eleitorais. O PL foi multado em R$ 23 milhões por litigância de má-fé após utilizar relatórios do IVL para questionar a legitimidade das eleições de 2022.
Implicações Legais
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou alegações finais ao STF, pedindo a condenação de Bolsonaro e de generais por tentativas de interromper a transição democrática. O procurador-geral Paulo Gonet afirmou que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano, mas também liderou as articulações para o golpe, com penas que podem chegar a 43 anos de prisão.
O julgamento, que envolve figuras-chave do governo, é um desdobramento das investigações sobre a tentativa de desestabilização do processo eleitoral. O desfecho desse caso pode ter implicações significativas para a política brasileira e a integridade das instituições democráticas.


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