Megabuques desaparecem no mar e geram pânico entre tripulações e comércio global

Recentes tensões entre Israel e Irã têm gerado preocupações sobre a segurança das rotas marítimas no Golfo Pérsico. Superpetroleiros, como o Nissos Nikouria, enfrentaram interferências eletrônicas que afetaram suas posições de GPS, resultando em acidentes e riscos significativos para a navegação em áreas de conflito, como o Estreito de Ormuz.

O capitão Konstantinos Tsotras relatou que seu navio desapareceu de sua tela de navegação durante um período de ataques israelenses. Ele teve que recorrer a métodos tradicionais de navegação, como radar, para evitar colisões e perigos submersos. “Todo o equipamento de navegação conectado ao GPS falhou”, afirmou Tsotras, destacando a importância de conhecer a posição exata do navio.

Essas interferências, conhecidas como jamming e spoofing, manipulam sinais de GPS, fornecendo informações falsas sobre a localização dos navios. O problema se intensifica em regiões de instabilidade global, refletindo um risco crescente para o comércio marítimo, que movimenta cerca de 2,8 trilhões de dólares anualmente. Especialistas alertam que a dependência de sistemas de posicionamento eletrônico torna a indústria vulnerável a conflitos.

Impactos e Riscos

A situação se agravou com o aumento das interferências, que têm afetado cerca de mil barcos diariamente nas proximidades do Irã. O capitão Steve Bomgardner, da Pole Star Global, destacou que “estamos observando uma interrupção generalizada do sistema global de navegação por satélite”. Incidentes recentes, como a colisão entre o superpetroleiro Front Eagle e outro navio, levantaram questões sobre a influência das interferências eletrônicas.

Além disso, a indústria de seguros está começando a se preocupar com os riscos associados a essas interferências. O capitão Rahul Khanna, da Allianz, enfatizou que a falha no GPS pode distrair a tripulação em momentos críticos. “Se algo sai errado e a tripulação ignorou sinais de interferência, a companhia de seguros pode questionar a reclamação”, alertou.

Causas e Soluções

As interferências podem ser causadas por sistemas de defesa aérea ou ações deliberadas de estados. Cormac McGarry, da Control Risks, apontou que muitos casos no Golfo Pérsico são atribuídos a sistemas de defesa israelenses e iranianos. Para mitigar esses riscos, novas tecnologias de inteligência artificial estão sendo desenvolvidas para permitir que os navios operem sem GPS.

A crescente incidência de interferências eletrônicas não apenas afeta o transporte marítimo, mas também impacta atividades como a exploração de energia submarina. A situação exige atenção redobrada, pois a segurança das rotas marítimas e a integridade do comércio global estão em jogo.