Reino Unido realiza evacuação secreta de afegãos após vazamento de dados pessoais

Retirada das tropas britânicas do Afeganistão em 2021 foi considerada um desastre, resultando em evacuação secreta de cidadãos afegãos. Recentemente, um juiz revogou uma superinjução que impedia a divulgação de um vazamento de dados, expondo informações de 18.700 afegãos. O governo britânico enfrenta críticas e investigações sobre a segurança de dados e a proteção dos afetados.

O incidente ocorreu em fevereiro de 2022, quando um erro de um membro do Ministério da Defesa resultou na distribuição acidental de uma lista contendo os nomes e detalhes de contato de afegãos que solicitaram evacuação. A lista incluía aqueles que participaram do Programa de Assistência e Recolocação de Afegãos (ARAP) e seu predecessor, o EGS. A revelação pública da lista em agosto de 2023 levou o governo a solicitar a superinjução para proteger a vida dos afetados.

Após a revogação da superinjução, o juiz Martin Chamberlain destacou que a falta de transparência nas decisões do governo é preocupante. O governo britânico estima que 600 soldados afegãos e 1.800 de seus familiares ainda estão no Afeganistão, enfrentando riscos significativos. O atual governo laborista, que assumiu a responsabilidade pelo erro, já iniciou um novo programa secreto de relocação, com 4.500 afegãos já transferidos para o Reino Unido.

O vazamento gerou preocupações sobre a segurança de dados e a responsabilidade do governo. O Ministério da Defesa admitiu que os dados pessoais não foram protegidos adequadamente e não há evidências de que a lista tenha sido utilizada por pessoas que poderiam explorar essas informações. A situação levanta questões sobre a eficácia das promessas de proteção do governo britânico e os desafios que ainda permanecem para os afegãos que colaboraram com as forças britânicas.